Cresce medo de escalada da guerra em Gaza após explosões no Irã

Por Cruzeiro do Sul

EUA e Israel negaram envolvimento com bombas

Os temores de uma extensão regional do conflito entre Israel e Hamas se multiplicaram nesta quarta-feira, 3, após a dupla explosão que deixou mais de 100 mortos no Irã e a morte, na véspera, do número dois do movimento islamista palestino no Líbano.

Pelo menos 103 pessoas morreram nesta quarta-feira no Irã, em um ataque classificado pelas autoridades do país como um ‘atentado terrorista‘, perto do túmulo do general Qasem Soleimani, assassinado por um drone americano em 2020.

As explosões ocorreram perto da mesquita Saheb al Zaman, na cidade de Kerman, enquanto uma multidão homenageava o general no quarto aniversário de sua morte. Soleimani era encarregado das operações exteriores dos Guardiães da Revolução, o exército ideológico do Irã.

O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, prometeu uma ‘dura resposta‘ à dupla explosão no sul do país.

‘Os inimigos malvados e criminosos da nação iraniana voltaram a criar um desastre e martirizaram um grande número de pessoas queridas em Kerman‘, declarou Khamenei em um comunicado, acrescentando que ‘este desastre terá uma dura resposta, se Deus quiser‘.

Os Estados Unidos descartaram sua participação, assim como a de Israel, seu aliado, nas explosões registradas no Irã.

‘Os Estados Unidos não estiveram envolvidos de nenhuma forma e qualquer insinuação que o contradiga é ridícula‘, disse a jornalistas o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller. ‘Não temos nenhuma razão para acreditar que Israel esteja envolvido nesta explosão‘, acrescentou.

As bombas explodiram em um momento de grande tensão no Oriente Médio, um dia após o número dois do Hamas, Saleh al Aruri, aliado do Irã, morrer em um ataque em Beirute, que as autoridades libanesas atribuíram a Israel.

Na terça-feira, o porta-voz militar israelense, Daniel Hagari, afirmou que o Exército de Israel está ‘em estado de alerta muito elevado‘ e preparado ‘para qualquer cenário‘.

Israel e Irã têm relações tensas há muito tempo. O início da guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza intensificou as tensões com grupos pró-Irã no Líbano, Iraque, Síria e Iêmen.

Os ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro deixaram cerca de 1.140 mortos, a maioria civis, segundo um balanço da AFP baseado em números oficiais israelenses. Entre os mortos, havia mais de 300 militares.

Os combatentes também fizeram cerca de 250 reféns, dos quais 129 permanecem em cativeiro, segundo as autoridades israelenses.

Após o ataque, Israel lançou vários bombardeios e uma ofensiva terrestre que deixaram pelo menos 22.313 mortos, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza. (Da Redação com informações da AFP)