Alemanha diz 'nunca mais' no Dia da Memória do Holocausto

Declaração foi feita pelo chefe de Governo, Olaf Scholz, que também elogiou os compatriotas pela mobilização contra a extrema-direita

Por Cruzeiro do Sul

"Nunca mais", disse o chefe de Governo da Alemanha, Olaf Scholz, no Dia da Memória das Vítimas do Holocausto

"Nunca mais", reiterou o chefe de Governo da Alemanha, Olaf Scholz, neste sábado (27), Dia da Memória das Vítimas do Holocausto, antes de elogiar os compatriotas pela mobilização contra a extrema-direita.

"Nossa responsabilidade por este crime contra a humanidade cometido por alemães segue em vigor", declarou o social-democrata em um podcast lançado neste sábado (27), no qual também expressou alegria por ver o seu país "de pé, com milhões de cidadãos marchando pelas ruas".

Nas últimas semanas, milhares de alemães protestaram em todo país contra as tendências radicais do partido de extrema-direita Alternativa para Alemanha (AfD). Durante o fim de semana estão previstas mais de 300 passeatas, segundo a aliança cidadã Campact, uma das organizadoras do movimento.

"Temos o triplo de manifestações que na semana passada, em particular no leste da Alemanha", afirmou a Campact em um comunicado divulgado neste sábado (27). Nesta região, a ex-Alemanha Oriental, o partido AfD registra seus melhores resultados eleitorais.

A Alemanha recorda a cada ano o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto no aniversário da libertação do campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau pelos soviéticos, em 27 de janeiro de 1945.

Este ano, o 79º aniversário da libertação do campo é recordado em um cenário de tensão, depois que a organização de jornalismo investigativo Correctiv revelou, em 10 de janeiro, que membros da AfD discutiram a expulsão em larga escala de migrantes e "cidadãos não assimilados", em uma reunião em novembro.

A ministra do Interior da Alemanha, Nancy Faeser, comparou a reunião à "horrível conferência de Wannsee", em 1942, quando o regime nazista planejou o extermínio dos judeus europeus.

"'Nunca mais' exige que todos devem permanecer vigilantes. Nossa democracia não é um presente de Deus, é feita pelo homem", advertiu Scholz. (AFP)