Índia prende mais 4 por estupro coletivo de brasileira

Segundo Pitamber Singh Kherwar, superintendente de Polícia de Dumka, os oito envolvidos no crime já foram capturados

Por Cruzeiro do Sul

Pitamber Singh Kherwar, superintendente de Polícia de Dumka, onde ocorreu o estupro coletivo, informou que os oito envolvidos no crime foram presos

A polícia da Índia afirmou nesta terça-feira (5) que prendeu oito suspeitos envolvidos no estupro de uma turista brasileira e a agressão contra seu marido. "Prendemos todos os envolvidos no caso", disse Pitamber Singh Kherwar, superintendente de Polícia de Dumka, região remota do Estado de Jharkhand, onde ocorreu o crime.

Quatro suspeitos a mais foram presos na noite de segunda-feira (4), chegando ao total de oito. O casal de influenciadores de um canal de viagens, que há anos viaja para percorrer o mundo de motocicleta, havia montado uma tenda em um terreno baldio de uma aldeia de Dumka para passar a noite da sexta-feira passada (1º), quando, por volta da meia-noite, um grupo de homens os atacou.

O caso teve grande repercussão, por envolver estrangeiros, o que levou a polícia a criar duas equipes de investigação especial para reunir todas as provas possíveis. Além disso, o Tribunal Superior de Jharkand ordenou uma resposta das principais autoridades do estado responsáveis pela investigação, o ministro do Interior regional, e o chefe de polícia do distrito de Dumka, onde ocorreu o ataque, antes do dia 7 de março.

Até agora, o caso está em um tribunal inferior que, conforme o processo judicial, poderá levá-lo a termo uma vez concluída a investigação policial dentro dos próximos 30 dias. Neste sentido, o casal compareceu nesta manhã para prestar depoimento pela última vez à polícia, antes de subirem em suas motocicletas e iniciarem uma viagem de aproximadamente dois dias rumo ao Nepal, seu último destino antes de voltarem à Espanha.

A lei estabelece penas severas para o crime de violação, que, na maioria dos casos, não admite fiança. Uma violação, segundo o código penal indiano, deve ser punida com, no mínimo, dez anos de prisão, e uma violação em grupo pode resultar em prisão perpétua.

As condenações, no entanto, são raras e muitas denúncias acabam estagnadas no saturado sistema judicial do país, que tem a maior população do planeta.

Média de 90 estupros por dia

Em 2022, a Índia teve uma média de 90 estupros diários, de acordo com o escritório nacional de registros criminais. No entanto, muitos destes ataques não são denunciados, por causa do estigma que as vítimas costumam sofrer e também da falta de confiança no trabalho da polícia.

Em 2012, o caso de uma estudante que foi vítima de um estupro coletivo e depois assassinada ganhou as manchetes em todo o mundo. Jyoti Singh, uma estudante de psicoterapia de 23 anos, foi estuprada e abandonada, dada como morta, por cinco homens e um adolescente em um ônibus em Nova Délhi, em dezembro daquele ano.

O caso trouxe à tona os altos níveis de violência sexual na Índia e levou a semanas de protestos e a uma mudança na legislação para punir o crime de estupro com a pena de morte. (Estadão Conteúdo, com agências internacionais)