Mundo bate recorde com 120 milhões de deslocados

Venezuela é o 3º país em que mais habitantes se mudaram para o exterior

Por Cruzeiro do Sul

Seis milhões de venezuelanos deixaram o país em 2023; parte deles foi para o Brasil

O mundo registrou o recorde de 120 milhões de pessoas deslocadas à força até o fim de abril de 2024, alertou a ONU ontem (13). Um número que não para de aumentar devido às guerras, violência e perseguições.

Os deslocamentos forçados no mundo aumentaram pelo 12º ano consecutivo, uma consequência dos conflitos em Gaza, no Sudão e em Mianmar, afirmou o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) em seu relatório anual.

“A guerra continua sendo o motor dos deslocamentos em massa”, explicou o diretor do Acnur, Filippo Grandi, em uma entrevista coletiva em Genebra. O aumento da estatística é acelerado: há alguns meses, no final de 2023, o número de deslocados era de 117,3 milhões, número que já superava o resultado de 2022 em 10 milhões de pessoas.

O planeta tem quase o triplo de pessoas deslocadas que o número registrado em 2012 e a quantidade atual é equivalente à população do Japão, alerta o relatório.

América do Sul

O Acnur destaca que 23 milhões destas pessoas estão nas Américas, onde acontecem “movimentos mistos de pessoas refugiadas e migrantes sem precedentes, frequentemente ao longo de rotas extremamente perigosas”. O Alto Comissariado, no entanto, registra avanços neste continente na adoção de “soluções para garantir a proteção, regularização e integração das pessoas em situação de deslocamento”.

O relatório menciona os casos do Brasil, Colômbia, Peru e Equador, com “vastos programas de regularização para pessoas refugiadas e migrantes vulneráveis, garantindo documentação e acesso a serviços”.

Os dados do relatório mostram que o número de venezuelanos deslocados aumentou em 2023 de 5,4 milhões para 6,1 milhões de pessoas, a maioria em outros países latino-americanos, como a Colômbia e Brasil.

O número deixa a Venezuela como o terceiro país com o maior número de deslocados no exterior no mundo, atrás apenas de Afeganistão e Síria, e à frente da Ucrânia. (AFP)