Número de refugiados sobe 8% em todo o mundo
Brasil recebeu 77 mil estrangeiros forçados a se deslocar no ano passado
Mais de 120 milhões de pessoas em todo o mundo foram deslocadas à força de suas casas devido a perseguições, conflitos, violência e violação de direitos. Isso representou, segundo a Agência das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), um aumento de 8% em relação ao ano anterior. Se todas essas pessoas vivessem atualmente em um mesmo território, elas formariam o 12º país mais populoso do mundo.
Esse número é mais do que o dobro do que havia há dez anos: em 2014, a Acnur apontava 59 milhões de pessoas vivendo nessa condição. “Se a cada 10 anos a gente dobrar o total de pessoas forçadas a se deslocarem, inevitavelmente os recursos já escassos não darão conta de responder a esse deslocamento”, observa Miguel Pachioni, oficial de comunicação da Acnur.
Desse contingente deslocado em todo o mundo, mais de 43 milhões são refugiados que necessitam de proteção internacional.
“A pessoa refugiada é aquela que foi forçada a se deslocar em razão de perseguições associadas à sua nacionalidade, orientação sexual, religião, opinião política, enfim, diferentes fatores que fazem com que ela se sinta perseguida. Nesse ato, ela tem que deixar o seu país de origem para buscar proteção internacional em outra nação. Então, pelo fato dela atravessar uma fronteira, deixar o seu país de origem e buscar a condição de refugiada em outro local, em outro país, ela já é considerada solicitante da condição de refúgio”, explica Pachioni.
Essa condição difere da encontrada por um imigrante porque o refugiado não pode retornar ao seu país de origem sob risco de sua própria vida. Já um imigrante pode buscar melhores oportunidades econômicas em outra nação e retornar ao seu país quando quiser.
O número de pessoas deslocadas tem crescido nos últimos anos porque os conflitos estão mais espalhados pelo mundo. Além disso, destaca Pachioni, isso também deriva da incapacidade de soluções para essas crises, principalmente a curto prazo.
Brasil
O governo brasileiro reconheceu 77.193 pessoas como refugiadas em 2023. Ao todo, 143.033 pessoas já são reconhecidas pelo Brasil como refugiadas. Embora seja considerado um país acolhedor, o Brasil ainda necessita melhorar seu processo de integração local, ressaltou o representante da Acnur.
Mais de 200 pessoas seguiam retidas quarta-feira (19) na área de acesso restrito do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, segundo a Polícia Federal. A maioria é originária do sudeste asiático e do continente africano e manifestaram a intenção de solicitar refúgio no Brasil. Os migrantes permanecem na área de imigração do aeroporto à espera de providências para formalizar o pedido de refúgio. (Da Redação, com informações da Agência Brasil)