Diretora do serviço secreto renuncia após atentado a Trump

A diretora do Serviço Secreto, Kimberly Cheatle, decidiu renunciar ao cargo após a tentativa de assassinato contra o ex-presidente Donald Trump, que desencadeou crescentes questionamentos sobre como a agência encarregada de proteger autoridades poderia falhar em sua missão principal.

Kimberly Cheatle estava no posto desde agosto de 2022 e vinha enfrentando crescentes pedidos de renúncia e várias investigações sobre como o atirador conseguiu se aproximar tanto do indicado presidencial republicano em um comício ao ar livre na Pensilvânia.

“Assumo total responsabilidade pela falha de segurança”, disse ela no e-mail à equipe ontem (23). “À luz dos eventos recentes, é com o coração pesado que tomei a difícil decisão de renunciar como sua diretora.”

A renúncia de Kimberly Cheatle ocorre um dia depois de ela testemunhar em um comitê do Congresso e ser repreendida por horas por democratas e republicanos pelas falhas de segurança. Ela chamou a tentativa de assassinato contra Trump de “maior falha operacional” do serviço secreto em décadas e disse que assume total responsabilidade pelo episódio, mas irritou os parlamentares ao não responder a perguntas específicas sobre a investigação.

“A bala passou, chegando a menos de um quarto de polegada de entrar na cabeça dele (Trump), e atingiu o topo de sua orelha direita”, disse o ex-médico da Casa Branca, Ronny Jackson.

Kimberly Cheatle serviu como agente do serviço secreto por 27 anos antes de deixar o cargo em 2021 para se tornar chefe de segurança da PepsiCo na América do Norte. Ela havia sido nomeada pelo presidente Joe Biden em 2022 para liderar a agência.

O autor do atentado, que estava no telhado de um prédio próximo, abriu fogo contra Trump com um fuzil AR-15 poucos minutos depois de o republicano começar a falar durante um evento de campanha. Ele foi morto por um atirador de elite do serviço secreto menos de 30 segundos após disparar os primeiros oito tiros.

Os investigadores concluíram que o jovem, que morava em uma cidade a cerca de 80 quilômetros de Butler, agiu sozinho e não conseguiram identificar quaisquer motivações ideológicas ou políticas fortes.

Dois participantes do comício foram gravemente feridos e um bombeiro da Pensilvânia de 50 anos, Corey Comperatore, morreu. (AFP)