EUA reconhece vitória da oposição na Venezuela
Outros países, como Argentina e Uruguai, fizeram o mesmo
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse na quinta-feira (1º) que o candidato da oposição Edmundo González Urrutia venceu as eleições na Venezuela. “Dada a evidência esmagadora, está claro para os Estados Unidos e, mais importante, para o povo venezuelano que Edmundo González Urrutia ganhou a maioria dos votos na eleição presidencial de 28 de julho”, disse Blinken, em comunicado.
Assim como os Estados Unidos, os governos da Argentina e do Uruguai também reconheceram a vitória de Urrutia.
“Infelizmente, a contagem dos votos e o anúncio dos resultados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), controlado por Maduro, foram profundamente distorcidos e não representam a vontade do povo venezuelano”, escreveu Blinken.
“A oposição publicou mais de 80% das atas de votação recebidas diretamente das seções eleitorais de toda a Venezuela. Elas mostram que González Urrutia recebeu a maior quantidade de votos por uma margem insuperável.”
O comunicado foi a posição mais dura do governo americano até agora contestando o resultado das eleições. Na quarta-feira, a Casa Branca já havia declarado que a paciência dos EUA estava se esgotando com Maduro.
Ontem (2), os presidentes de México, Brasil e Colômbia se reuniram por videoconferência para montar uma estratégia conjunta sobre a crise na Venezuela. Em nota, Luiz Inácio Lula da Silva, o mexicano Andrés Manuela López Obrador e o colombiano Gustavo Petro exigiram as atas de votação, que mostrariam de onde saíram os votos que teriam dado a vitória a Nicolás Maduro
“As controvérsias sobre o processo eleitoral devem ser dirimidas pela via institucional. O princípio fundamental da soberania popular deve ser respeitado mediante a verificação imparcial dos resultados”, diz a nota assinada pelos três.
Em meio ao ceticismo com relação à vitória de Maduro e às críticas ao chavismo feitas pela maioria dos governos da América Latina, México, Colômbia e Brasil preferiram adotar cautela. Dos três, Lula resvalou para a condescendência, minimizando indícios de fraude e chamando de “normal” o processo eleitoral venezuelano. López Obrador chegou a dizer que não havia provas da fraude. (Estadão Conteúdo e AFP)