Líder da oposição venezuelana denuncia campanha de terror

María Corina conclamou população a não se deixar intimidar por Maduro

Por Cruzeiro do Sul

"Não deixaremos as ruas", disse Corina

A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, denunciou uma “campanha de terror” no país, em meio a detenções massivas em protestos contra a reeleição do presidente Nicolás Maduro e a nova cruzada do governante chavista contra redes sociais e plataformas de mensagens.

“Querem nos intimidar para que não nos comuniquemos, porque isolados ficaríamos muito mais fracos e isso não vai acontecer. Sempre encontraremos formas de nos mantermos conectados, organizados e ativos (...), o medo não vai nos paralisar e não deixaremos as ruas”, disse Corina em um áudio que compartilhou nas redes.

Maduro convocou na segunda-feira (5) um boicote ao WhatsApp, alegando que militares, policiais e líderes comunitários que defendem sua reeleição diante das acusações de fraude da oposição receberam “ameaças” pelo aplicativo.

Pelo menos 11 civis morreram em manifestações da oposição contra a proclamação da vitória de Maduro para um terceiro mandato, segundo organizações de direitos humanos, e há mais de 2 mil detidos.

“Não se deixem intimidar, muito menos desanimar, assustar ou desmoralizar por forças obscuras que pretendem fazer com que não nos comuniquemos e semear medo, ruído entre nós. Não permitam: ajudem nossos familiares e vizinhos a não serem vítimas desta campanha de terror”, ressaltou Corina.

O principal promotor da Venezuela anunciou na segunda-feira uma investigação criminal contra o candidato presidencial da oposição Edmundo González Urrutia e María Corina. A declaração do procurador-geral Tarek William Saab afirma que os dois “anunciaram falsamente um vencedor da eleição presidencial diferente daquele proclamado pelo Conselho Eleitoral Nacional”.

A Força Armada Nacional Bolivariana ratificou ontem (6) “lealdade absoluta” a Maduro e qualificou de “desesperados e sediciosos” os pedidos de apoio da oposição, em meio a denúncias de fraude nas eleições presidenciais de 28 de julho. (AFP e Estadão Conteúdo)