À espera de Trump, um G20 dividido busca o diálogo no RJ

Líderes das principais potências econômicas do mundo se reúnem na segunda e terça-feira

Por Cruzeiro do Sul

Musk, Milei e Trump estiveram juntos em jantar de gala em Palm Beach, na Flórida

 

Os líderes das principais potências econômicas do mundo se reunirão na segunda e terça-feira (18 e 19) na cúpula do G20 no Rio de Janeiro, onde o Brasil espera avanços sociais em um bloco dividido pelos conflitos no Oriente Médio e na Ucrânia.

Apesar do cenário idílico da reunião, o Museu de Arte Moderna (MAM), um edifício com vista para a Baía de Guanabara e Pão de Açúcar, é difícil antecipar um alívio nas graves tensões geopolíticas.

A atmosfera também é afetada pelo ataque frustrado contra o Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, na quarta-feira (13), quando um homem morreu ao detonar explosivos diante da sede do tribunal.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, líder do Sul global e aliado do Ocidente, pretende utilizar sua experiência diplomática, baseada na defesa do multilateralismo. E isso apesar da eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, que anuncia uma nova guinada isolacionista e o risco de guerras comerciais a partir do próximo ano.

A maior economia mundial estará representada por Joe Biden, no fim de seu mandato. Antes de desembarcar na “cidade maravilhosa”, ele fará uma escala amanhã (17) na Amazônia brasileira para defender a luta contra as mudanças climáticas.

A reunião de cúpula acontece ao mesmo tempo que a COP29 em Baku (Azerbaijão), ao final de um ano em que as crises climáticas afetaram o mundo mais do que nunca. O Brasil sofreu com inundações, secas e incêndios florestais.

A Argentina retirou sua delegação da COP29 por ordem do governo do presidente ultraliberal Javier Milei, um cético sobre as mudanças climáticas.

Para este aliado de Trump, que na quinta-feira (14) compareceu a um jantar de gala na Flórida para celebrar o retorno do republicano à Casa Branca, será o seu primeiro encontro do G20. O empresário Elon Musk, convidado por Trump para participar do seu governo, também estava presente.

No ano passado, na reunião do bloco na Índia, o G20 se declarou favorável a triplicar as energias renováveis até 2030, mas sem fazer qualquer apelo concreto para o abandono dos combustíveis fósseis.

O grande ausente da cúpula no Rio será o presidente russo Vladimir Putin, que já faltou às últimas edições. Alvo de um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional, ele anunciou que não viajará para evitar “perturbar” os debates. Xi Jinping estará presente e prolongará a viagem com uma visita a Brasília na quarta-feira (20). (Da Redação, com informações da AFP)