Strada Volcano vai atrair novo público
Fernando Calmon
A espera foi longa, mas a Strada tinha que mudar depois de duas décadas na liderança. Mesmo sem ameaças à vista, a nova versão topo de linha Volcano de cabine dupla, quatro portas e cinco lugares vai seduzir um comprador que não cogitava utilizar uma picape no dia a dia sem levar carga. A geração anterior de cabine dupla, além de levar um passageiro a menos, representava apenas 5% das vendas e a dirigibilidade não era tão boa.
Além do estilo atraente, a Volcano traz entre várias novidades faróis de LED e direção eletroassistida que fazem toda a diferença. Seu comportamento em curvas surpreende, mesmo com 1,6 cm a mais de vão livre e é tão bom no asfalto quanto na terra. O motor de 1,33 L de 109 cv (etanol) tem 21 cv a mais que o antigo 1,4 L, ainda disponível na versão intermediária. Com 79 kg a menos que a Strada Adventure anterior com motor de 1,8 L, o novo modelo só vai sentir redução de desempenho com carga total. Em rodovias a relação final de transmissão aumenta o nível de ruído (a 120 km/h, 3.900 rpm), apesar da melhora no isolamento acústico da cabine.
A posição de dirigir ficou melhor e até as saídas de ar-condicionado foram realocadas (antes o fluxo incomodava as mãos). Volante e quadro de instrumentos são do Mobi (sem regulagem de distância do volante), mas a nova central multimídia permite pareamento sem fio para qualquer marca de celular. A câmera traseira facilita as manobras, pois a caçamba é alta. O espaço para pernas e cabeça no banco traseiro é bom para quem tem até 1,80 m de altura, além do acesso facilitado pelo ângulo de abertura das portas.
A caçamba tem volume de 844 litros, 24% maior que a Strada anterior. A carga útil de 650 kg não mudou. Sua tampa, porém, ficou agora muito mais leve de operar.
Os mais vendidos no 1º semestre
O ranking semestral de vendas por segmentos, que organizo há mais de 20 anos, foi o primeiro afetado pela pandemia do Covid-19. Naturalmente houve distorções com a paralisação dos emplacamentos. Outra mudança foi o aumento percentual de vendas de modelos caros em razão da alta do dólar, para aproveitar estoques a preços mais baixos.
Os SUVs compactos e grandes, além das picapes médias, tiveram quedas percentuais menores sobre o primeiro semestre de 2019. No primeiro caso trata-se de tendência de avanço que se consolida e, no segundo, pelo crescimento do agronegócio no País.
Entre os 16 segmentos apenas dois tiveram novos líderes: BMW Série 7 (72% com apenas mais dois concorrentes) e Porsche 911 (57%, entre 15 concorrentes). Houve, praticamente, dois empates técnicos: Renegade superou o T-Cross por 112 unidades (0,1 p.p.) e o SW4 bateu o Tiguan por apenas 23 unidades (0,2 p.p.).
Nosso ranking tem base técnica com classificação por silhuetas. A referência principal é distância entre eixos, além de outros parâmetros. O enquadramento às vezes implica dúvidas e a escolha, em pouquíssimos casos, torna-se subjetiva. Base de pesquisa é o Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam). Citados apenas os modelos mais representativos (mínimo de três) e em função da importância do segmento. Compilação de Paulo Garbossa, da consultoria ADK.
Hatch subcompacto: Kwid, 53%; Mobi, 38%; up!, 9%. Liderança consolidada.
Hatch compacto: Onix+Joy, 25%; Ka, 13%; HB20/X, 12%; Gol, 11%; Argo, 10%; Polo, 9%; Sandero/R.S./Stepway, 6%; Yaris, 4%; Fox, 3,7%; Uno, 2,5%; Etios, 2,1%. Sem ameaças ao Onix.
Sedã compacto: Onix Plus+Joy, 30%; HB20S, 13%; Virtus, 10,3%; Ka, 10%; Cronos, 6,2%; Voyage, 5,7%; Versa, 5,4%; Logan, 5,2%; Yaris, 5%; Grand Siena, 4%, City, 2,7%; Etios, 2,1%. Onix Plus com mais folga.
Sedã médio-compacto: Corolla, 48%; Civic, 21%; Cruze, 16%; Jetta, 9%. Líder de praxe.
Sedã médio-grande: BMW Série 3/4, 52%; Mercedes Classe C, 30%; Audi A5, 5%. BMW deu salto à frente.
Sedã grande: BMW Série 5/6, 29%; Mercedes Classe E/CLS, 20%; Panamera, 17%. Série 5 ainda firme.
Sedã de topo: BMW Série 7, 72%; Mercedes Classe S, 19%; Jaguar XJ, 9%. Novo líder e com grande folga.
Cupê esportivo: Mustang, 67%; BMW M2, 14%; Camaro, 8%. Mustang amplia vantagem.
Cupê esporte: 911, 57%; 718 Boxster/Cayman, 24%; BMW Z4, 11%. 911 voltou a liderar.
SUV compacto: Renegade, 15,4%; T-Cross, 15,3%; Creta, 12,4%; Kicks, 12,1%; HR-V, 9,7%; Tracker, 8,3%; EcoSport, 7,3%; Duster, 5%; Captur, 3,8%, C4 Cactus, 3,7%. Empate técnico.
SUV médio-compacto: Compass, 59%; ix35/Tucson, 35,7%; RAV4, 5%. Compass inabalável.
SUV médio-grande: SW4, 26,9%; Tiguan, 26,7%; Equinox, 14%. Outro impacto técnico.
SUV grande: Trailblazer, 28%; Range Rover/Sport, 11%; Cayenne, 10%. Trailblazer manteve.
Monovolume: Fit/WR-V, 59%; Spin, 39%; C3 Aircross, 2%. Fit continua seu domínio.
Picape pequena: Strada, 56%; Saveiro, 31%; Montana, 8%. Strada imbatível.
Picape média: Toro, 30%; Hilux, 22%; S10, 15%. Toro ainda destacada.
Novo Defender une tradição à modernidade
Novo Land Rover Defender com toda a tradição de robustez e desempenho nos piores terrenos chegou ao Brasil. Inicialmente, virá uma de duas opções de distância entre eixos. Há oferta agora de duas ou três fileiras de bancos, além do tradicional aparato de tração 4x4 e capacidade de submersão de até 90 cm. Essa é a quinta geração do SUV que surgiu em 1948.
Monobloco inteiramente em alumínio tornou-se um desafio à parte e tem 10 vezes mais resistência à torção que o modelo anterior. Câmbio é automático epicíclico de oito marchas com diferencial central de travamento ativo. Suspensão a ar, de série, pode elevar a carroceria de modo ativo em até 14,5 cm. Motor a gasolina, 2 litros turbo, 300 cv e 40,8 kgfm. Preços: R$ 400.750 a 461.150.
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