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Procura-se, gratifica-se bem
No fundo, quem está perdido é o dono e lança um pedido de socorro, como se estivesse numa ilha deserta
João Alvarenga
Há vários cartazes espalhados em Sorocaba sobre animais desaparecidos. Mais que pequenos avisos fixados em postes ou comércio dos bairros, são apelos de tutores que tiveram seus pets desgarrados. Na verdade, nunca saberemos o motivo do repentino desaparecimento. Talvez, nem mesmo os donos saberão ao certo. No fundo, basta um simples descuido para que cães e gatos desgarrem de seus lares.
Fica claro que os textos desses recados são curtos, mas não deixam de ser comoventes. Muitos deles oferecem uma pequena gratificação a quem souber do paradeiro dos bichos de estimação. Outros deixam claro que há uma criança adoentada pelo sumiço de seu amiguinho.
Por isso, além da mensagem, sempre há uma foto recente do bichinho, além do nome do fujão, acompanhado de um telefone para contato. Há comunicados de todo tipo, dos mais simples, escritos à mão até os sofisticados, digitados e com foto colorida do procurado. Os nomes dos foragidos também chamam a atenção: Tuca, Tom, Mila, Betinho, Aquiles.
Geralmente, as fotos registram um momento de descontração junto a seus tutores, mas o sumiço repentino deixou apenas um vazio na casa. Desse modo, o recado é um clamor que tenta sensibilizar as pessoas para o animal seja reencontrado. No fundo, quem está perdido é o dono e lança um pedido de socorro, como se estivesse numa ilha deserta.
Quem acompanhou o episódio do sumiço da cadelinha Pandora, que desapareceu numa conexão de voo, em Guarulhos, pode sentir o desespero de seu tutor, o jovem Reinaldo Júnior. O caso, que repercutiu na mídia, teve final feliz, pois animalzinho foi localizado, depois de 45 dias; mas, nem todas as história desse tipo têm final feliz.
Quando um amiguinho some, a tristeza vem, porque os animais preenchem a vida de muita gente. Exageros à parte, nos dias de hoje, os pets ganharam num novo sentido na cena doméstica, pois muitos cãezinhos e gatinhos são considerados membros das famílias, afinal sabem retribuir o carinho que recebem.
(*) Professor de redação e cronista