Só mais um feriado?

Na verdade, é o dia cívico mais importante para o Brasil, que deveria ser sempre lembrado como o dia da conquista da nossa independência

Por Cruzeiro do Sul

Dia da Independência

Quando um feriado prolongado se aproxima, parece que as pessoas se transformam. Há uma mudança de ares e de comportamento. Todo mundo faz, ainda que silenciosamente, uma espécie de contagem regressiva, na esperança de uma breve trégua na rotina diária. Afinal, é um descanso a mais para recuperar as energias. Sim! Ganhar fôlego para prosseguir rumo ao final do ano. Foi exatamente o que se deu nesta semana que passou, pois o dia 7 de setembro caiu justamente numa quinta-feira. Assim, muita gente emendou com a sexta e, certamente, só retorna à lida amanhã, depois do estresse da volta para a casa.

Então, no exato momento em que o grande dia chegou, muitos motoristas, logo cedo, pegaram a estrada rumo às praias. Foi uma correria geral, com longos congestionamentos nas principais rodovias, principalmente nas áreas próximas aos pedágios. Nessa hora, ninguém pensa no preço da gasolina. Além disso, longas filas também se formam nos aeroportos e nas rodoviárias. Todo mundo, ao mesmo tempo, querendo viajar para se esquecer da palavra “trabalho”. Pela TV, sempre que há feriados estendidos, temos a impressão de que o mundo está prestes a acabar, e que as pessoas estão fugindo para algum lugar mais seguro.

Nos supermercados, a mesma agitação se confirma, com carrinhos lotados de carne e cerveja para o tradicional churrasco com os amigos, mesmo que o quilo da picanha esteja nas alturas. Não importa, já que a descontração compensa esse gasto extra. Afinal, como dizem, a alegria de reencontrar as pessoas queridas, fora do expediente, não tem preço. Assim, vivenciam um tempo livre para jogar conversa fora. Logo, falar sobre futebol ou política também faz parte do cardápio desses encontros descontraídos.

Todavia, será que, no meio dessas conversas, alguém se lembrou do real motivo do tão aguardado feriado? Será que nós, brasileiros, paramos para refletir, nem que seja por um minuto, sobre a importância dessa data? O que realmente comemoramos no dia 7 de setembro? Por que essa data é importante para o nosso País?

Talvez, poucos se atenham a este detalhe: não se trata, amigo leitor, de apenas mais um feriado, ou um feriado qualquer. Na verdade, é o dia cívico mais importante para o Brasil, que deveria ser sempre lembrado como o dia da conquista da nossa independência. Fato este ocorrido há 201 anos. Por isso, amigo, é uma data histórica que merece ser celebrada com espírito de patriotismo e amor à pátria! Não apenas no momento do desfile, no ato cívico em si, quando o pavilhão nacional é hasteado e entoamos o Hino Nacional Brasileiro, mas com o verdadeiro sentido de nacionalidade em nosso cotidiano.

Assim, será que, nesse último feriado, você vestiu uma camiseta amarela? Antigamente, usávamos uma fitinha verde-amarela no braço para festeja tal data. Ao menos você pensou nessa data como um momento de celebração? Afinal, antes de ter ocorrido o famoso Grito do Ipiranga, os historiadores lembram que muitos levantes foram registrados, em várias partes do território nacional. Ou seja, muitos brasileiros pagaram com a vida o preço da nossa liberdade.

Porém, amigo leitor, a liberdade se conquista todos os dias, com trabalho, seriedade, compromisso e responsabilidade. Pois, a pátria não são os políticos nem os poderosos. A pátria é o povo, as pessoas simples que trabalham de sol a sol pelo progresso dessa terra querida, cuja riqueza ainda não foi distribuída de forma justa e igualitária.

Portanto, a pátria são os jovens estudantes, as donas de casa, os agricultores, os operários... enfim, cada cidadão consciente do seu compromisso perante o País, pois entende que o exercício da cidadania não se faz apenas com direitos, mas com deveres também. Desse modo, é na força do trabalho honesto da nossa gente e na educação exemplar dos nossos jovens que garantiremos a soberania brasileira. Logo, amar o Brasil é trabalhar pelo bem de todos e de forma igualitária!

Bom domingo!

João Alvarenga é professor de redação