Conversão ecológica no Dia da Padroeira do Brasil
A palavra “Conversão”, normalmente, é usada como mudança de religião ou ato de mudança de costumes e de transformação interior e espiritual. Quando dirigimos um carro, seguimos as placas que indicam conversão para a esquerda ou à direita e, conforme o nosso percurso programado, seguimos em frente. Quando li em um livro, esta semana, a expressão “conversão ecológica”, parei para refletir. Essa frase, contida num tema de estudo do “Movimento das Equipes de Nossa Senhora”, a mais de 50 mil participantes, só no Brasil, chamou a atenção pelo apelo do papa Francisco que cita no texto: “O ser humano não está dissociado da Terra ou da natureza. Tudo está conectado ou interligado”, frisa Francisco.
Conversando com alguns dos leitores dos artigos semanais, pude sentir sobre esse assunto que havia muito interesse no tema “conversão ecológica”. Quando não havia essa conscientização mundial de preservação do meio ambiente, em décadas passadas, pouco se discutia em escolas ou em famílias sobre reciclados e poluição, enfim, o cuidado com o planeta Terra. As constantes mudanças climáticas da natureza, com enchentes, queimadas, terremotos, temperaturas sem controle nas estações, como está acontecendo em Sorocaba, por exemplo, com ondas de altas temperaturas, nos fazem pensar que há uma resposta do planeta, ferido por tantos descontroles e desrespeito do ser humano. Iniciativas de chefes de governos, em reuniões sobre o clima, pouco resolvem e, no fundo, acabam sendo, na verdade, mais jogadas de marketing dos governantes que dão depoimentos técnicos; mas, lamentavelmente, pouco se decide, na prática, em seus países.
Há um interesse global de domínio sobre a Terra, com ações selvagens, dominadoras e destruidoras, diz o papa Francisco. E o Sumo Pontífice vai mais longe, ao afirmar que “o ser humano está correndo o risco de destruir a natureza criada por Deus e de se destruir, por estilos de vida, de produção e de consumo que degradam o ambiente humano e natural”.
Na pesquisa que realizei para este artigo, pude sentir, nos comentários, que um simples papel de bala jogado pela janela do carro, já é uma ofensa ao meio ambiente. O desperdício de água que acontece, a todo o momento, com pessoas lavando a calçada por lazer, refrescando-se pelo calor que sentem, são indícios de ausência de conversão ecológica.
Na próxima quinta-feira, 12 de outubro, feriado nacional e Dia da Padroeira do Brasil, milhões de pessoas aproveitam para emendar o final de semana e descer para o litoral paulista ou outras praias do Brasil. As reportagens, na televisão, mostram essa euforia desta estação calorenta com lotação nas areias litorâneas. Quem já foi em outros anos, sabe que, às oito horas da manhã tudo está limpo e conservado pelas prefeituras de cada cidade. Com o passar das horas, latinhas de bebida, copinhos de sorvete e seus palitos, quando é picolé, juntam-se a uma infinidade de lixo que é um verdadeiro desrespeito para com a natureza. Já presenciei empresas fornecendo sacos de lixos e até aviões, com faixas, sobrevoando as margens das praias com mensagens educativas, para que os turistas evitem jogar lixo nas praias. “Seria interessante que as pessoas aproveitassem para se comprometer, no Dia da Padroeira do Brasil, em assumir uma conversão ecológica, disse Paulo Guimarães Torres”, responsável, com sua esposa, Terezinha, por um dos Setores do Movimento das Equipes em Sorocaba.
Creio que a conversão ecológica deveria ser feita a partir das crianças que, acompanhadas de seus pais, seguem o exemplo deles. Quem frequenta a área do Paço Municipal, Parque das Águas, Parque da Biquinha, o restaurado Parque Chico Mendes, nesses dias de feriado prolongado, deveria repensar suas atitudes e dar testemunho familiar para uma conversão ecológica benéfica à população sorocabana. Os chamados “hábitos virtuosos” como estilo de vida, citado por um casal, colabora para uma conscientização de vida. No tema, como citei, das Equipes de Nossa Senhora, consta uma indagação que vale para qualquer família, independente do credo que participa: “Como família, que atitudes devemos assumir para seguir o caminho certo da conversão ecológica?”.
Vanderlei Testa (artigovanderleitesta@gmail.com) é jornalista e publicitário; escreve às terças-feiras no jornal Cruzeiro do Sul