As sementes de romã

Por Cruzeiro do Sul

 

Chegou janeiro de 2024. Um novo calendário em cima da geladeira ou na parede da cozinha das casas. Dia 1º, foi de ressaca do Réveillon. Enquanto as lojas fazem balanço de seus estoques, os mais organizados planejam as contas a pagar. As despesas extras dos presentes de Natal e os gastos da ceia de ano novo, crediário das roupas brancas e a viagem à praia, do último final de semana de 2023, pesam no orçamento.

Janeiro tem o IPVA do carro. Quem tem dois carros na garagem paga o dobro. E se for importado, mais caro ainda. Janeiro é mês de férias escolares. A criançada em casa, além da bagunça, aumenta o uso do celular da mãe. “Acontece quando ligo para a casa da minha filha”, contou-me um amigo de trabalho, dizendo que a neta aproveita as férias da escola para usar o celular.

No ‘Dia de Reis’, 6 de janeiro, além de desmontar a árvore de Natal, também faz parte da tradição popular guardar as sementinhas de Romã. Conheço muitas pessoas que já estão procurando em quitandas a sua Romã. Confesso que desconhecia as origens da tal crença; mas, sei através de testemunhos de amigos que no ‘Dia de Reis’ muitos sorocabanos colocam algumas sementinhas dessa fruta na carteira, para que não falte dinheiro durante o ano.

Superstição para alguns e verdade para outros, as tais semente de romã precisam fazer milagre, para conseguir dinheiro em tempos de aperto financeiro como agora. Porém, com a finalidade de entender, na prática, o que uma fruta tem a ver com ausência de dinheiro na carteira, pesquisei tal questão na internet. No fundo, trata-se de uma simpatia popular, na qual se deve comer um pouco da referida fruta e guardar as sementes em louvor a Gaspar, Belchior e Baltazar, os Reis Magos que visitaram o Menino Jesus, logo após seu nascimento. Isso é uma tradição no Brasil e no exterior, relata uma jornalista do jornal Estado de Minas.

Sobre esse ‘ritual’, há muitas versões criadas pelo povo. “Cada um tem um jeito particular de fazer o ritual”, contou João. Já o Renato passou a ‘receita’ que alguns praticam: engolir três caroços da fruta, jogar o mesmo número para trás e guardar o mesmo tanto na carteira. Enquanto faz a simpatia, deve repetir a frase: ‘Gaspar, Belchior e Baltazar, que o dinheiro não venha me faltar‘.

Uma data desconhecida pela população; mas, que tem tudo a ver com os leitores de jornais e revistas, é o 7 de janeiro. Dedicado ao ‘Dia do Leitor’, foi criado em homenagem ao jornal cearense “O Povo”, fundado pelo jornalista e poeta Demócrito Rocha, em 7 de janeiro de 1928. O que mais motiva qualquer jornalista é saber que suas reportagens e artigos são lidos. Por isso, afirmo com convicção, sem a figura do leitor, só existiria o papel impresso sem finalidade. Cabe ao leitor, dar vida à notícia, buscar a “seiva” da informação e de conhecimento em cada palavra escrita. Ao escrever, semanalmente, no jornal Cruzeiro do Sul, aproximo-me dos leitores deste centenário matutino, que faz parte do café da manhã das famílias sorocabanas e que, também, está presente nos escritórios e nas empresas.

Ainda, em janeiro, um empresário de Sorocaba dos mais bem-sucedidos, lançará a sua biografia, em livro, como um legado aos filhos, netos, noras e genro; enfim, a seus descendentes e amigos. Gente de Sorocaba, que orgulha a sua terra, e faz por merecer os cumprimentos pela sua vida exemplar. Parabéns, Luiz Ramires. A sua vida é um exemplo a ser seguido.

Para finalizar, dia 30 de janeiro é o “Dia Nacional das Histórias em Quadrinhos”, as populares ‘HQs’. Marcos Maldonado, sorocabano do Jardim Saira, dedicou a sua vida profissional na criativa arte de ilustrar os gibis da série ‘Tex’ e muitos outros títulos. Em 1980, há 43 anos, a editora Vecchi publicou a edição número 1 da “Chet”, com menção ao Marcos Maldonado, no expediente da revista, na elaboração das letras do enredo dos quadrinhos. Recentemente, o casal Dolores e Marcos, atuantes nessa profissão como letristas, comemoraram, em Porto Alegre, os 75 anos da revista ‘Tex’. O reconhecimento público é inegável ao casal que foi homenageado com as palavras de Raul Remedi Estigarribia: “Dolores e Marcos, uma lenda dos quadrinhos texianos!”

Vanderlei Testa é jornalista e publicitário escreve às terças-feiras no jornal Cruzeiro do Sul (artigovanderleitesta@gmail.com)