Integração institucional no combate ao crime

Por

General João Camilo Pires de Campos

São Paulo e Paraná realizaram operação conjunta de segurança pública entre os últimos dias 15 e 17 de setembro em toda a divisa dos dois Estados. A ação envolveu quase oito mil policiais, mais de duas mil viaturas, aeronaves, drones, cães e embarcações em um trabalho integrado entre as polícias Civil, Militar e Técnico-Científica e Bombeiros das duas unidades da federação, o Exército Brasileiro, a Polícia Rodoviária Federal e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Em julho deste ano, operação semelhante foi deflagrada pelas forças de São Paulo e Minas Gerais, também com o objetivo de monitorar os limites estaduais, aumentar a segurança das populações regionais e, principalmente, combater as atividades das organizações criminosas.

A presença ostensiva das polícias nas ruas é uma medida preventiva, que se soma às diversas investigações em curso, nas diferentes instâncias do poder público nacional, contra os bandos formados à margem da sociedade e toda prática delituosa. No trabalho de campo, aplicamos grande volume de conhecimento e tecnologia para enfrentar e vencer o crime de maneira objetiva e com estratégias definidas a partir de critérios técnicos. Essas megaoperações são planejadas por equipes especializadas, com base em rigoroso processo analítico de dados criminais e informações obtidas por serviços de inteligência.

Nos três dias de mobilização da Operação Divisas Integradas II, as polícias paulistas e paranaenses apreenderam 884 quilos de drogas, prenderam mais de mil pessoas e retiraram de circulação 62 armas de fogo e 996 munições. Além de inibir a ação dos bandidos, a segurança nas estradas também é reforçada durante as operações com a fiscalização de veículos e abordagens a motoristas para verificar, entre outros itens, os casos de embriaguez ao volante, principal causa de mortalidade nas rodovias.

Os prejuízos provocados ao tráfico, a detenção de criminosos e as autuações de trânsito são alguns exemplos dos efeitos positivos gerados pelas operações integradas, mas elas representam muito mais para o País na questão da segurança. A ação conjunta das instituições proporciona significativa troca de informações a respeito dos grupos criminosos e de procedimentos adotados na atuação policial em cada região do País.

Esse conhecimento acumulado e compartilhado é uma arma poderosa das instituições nacionais de segurança no combate a um inimigo comum a todos os brasileiros, que não reconhece divisões territoriais e age movido pela oportunidade de cometer crimes e perturbar a paz.

A cooperação institucional não se encerra, entretanto, nas megaoperações. Ela está presente no dia a dia das polícias, nas múltiplas especialidades existentes, e tem sido fundamental para o esclarecimento de casos relevantes e prisões de criminosos perigosos, como líderes de facções e integrantes de quadrilhas especializadas em roubos a banco, entre outros. A segurança pública brasileira é uma rede cada vez mais conectada e permanentemente determinada em sua missão de proteger as pessoas e garantir a ordem.

Assim como já fazemos em território paulista desde o início do governo João Doria, com as operações São Paulo Mais Seguro, Rodovia Mais Segura e Interior Mais Seguro, nosso objetivo é tornar as operações integradas cada vez mais frequentes nos limites estaduais como método para eliminar as possibilidades de ação e as rotas utilizadas pelo crime em todas as suas versões. Com o uso das ferramentas tecnológicas mais avançadas disponíveis e meticulosa gestão de informações, vamos continuar trabalhando muito para manter o ritmo positivo dos indicadores criminais registrados nas últimas décadas, como os divulgados mensalmente pela Secretaria de Segurança de São Paulo e o Atlas da Violência, do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

General João Camilo Pires de Campos, secretário de Segurança Pública de São Paulo.