Lançamento do 6º satélite Sino-Brasileiro e o Geoprocessamento
Cynthia de Souza Costa
com Pedro Henrique Grangeiro da Silva e Hetiany Ferreira da Costa
Será lançado na semana que vem, na China, o sexto satélite do Programa CBERS (do inglês, Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres), o CBERS 04A. O Programa, iniciado em 1988, é um resultado da parceria entre Brasil e China, sendo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) o responsável no Brasil e o Laboratório de Academia Chinesa de Tecnologia Espacial (CAST), na China, com o objetivo de troca de alta tecnologia.
Um satélite artificial é um corpo colocado em órbita, ou seja, ao redor do planeta Terra. É chamado de artificial, pois é construído, ao contrário dos naturais, como as estrelas e outros planetas. Funcionam por meio da reflectância da energia terrestre, permitindo a observação dos movimentos da Terra, além das modificações que acontecem em sua superfície.
Apesar de parecer algo distante da realidade, os satélites estão presentes no cotidiano de todas as pessoas, através das imagens que aparecem na televisão, do GPS utilizado nos carros e celulares, da previsão do tempo ou na escolha de um local ideal para a construção de um parque, por exemplo.
As imagens geradas pelo CBERS 04A terão como foco detectar o desmatamento da Amazônia e mapear as queimadas, mas através dessas imagens também será possível realizar estudos relacionados a reservatórios, alterações de áreas florestadas, monitoramento das áreas agrícolas e da expansão urbana. Elas estarão disponíveis gratuitamente pelo catálogo online do INPE, assim como as imagens de outros satélites, sendo essas amplamente utilizadas em projetos e pesquisas do próprio governo, empresas privadas e universidades.
A obtenção das imagens é feita através de uma área de estudo denominada Sensoriamento Remoto. Já o estudo e a manipulação de imagens de satélite são realizados através do Geoprocessamento, que, por meio da utilização de softwares, permite a interpretação dos dados obtidos.
Na Unesp em Sorocaba, há o Laboratório de Geoprocessamento e Modelagem Matemática Ambiental, que trata dessas temáticas, permitindo a realização de pesquisas científicas em parceria com professores e alunos da graduação e da pós-graduação.
Entre os temas que já foram abordados nas pesquisas do laboratório, estão estudos relacionados com as mudanças de uso da terra e estimativas de emissões antrópicas de dióxido de carbono, os fragmentos florestais do bioma Mata Atlântica, as mudanças da temperatura na superfície terrestre ao longo dos anos, a identificação de áreas de risco e prioritárias para a conservação, entre muitos outros.
A Unesp (Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho) tem quase 52 mil alunos espalhados por 24 cidades, e em Sorocaba possui o Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais, bem como os Programas em Ciência e Tecnologia de Materiais, Engenharia Civil e Ambiental e Engenharia Elétrica, além dos cursos de graduação em Engenharia Ambiental e Engenharia de Controle e Automação.
É a 8ª melhor universidade brasileira de acordo com o ranking internacional THE (Times Higher Education) e, entre as universidades do Estado de São Paulo, com apenas 43 anos, ocupa o 3º lugar no Ranking de 2019 da Folha, atrás da Universidade de São Paulo (USP), com 85 anos, e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), com 56 anos.
Para acesso a variados artigos, trabalhos de conclusão de curso, bem como dissertações de mestrados de doutorado, tanto da Unesp-Sorocaba, quanto de qualquer um dos outros 23 campi, sobre Geoprocessamento e diversas áreas do conhecimento, é só acessar da plataforma do Repositório Unesp, no link a seguir: https://repositorio.unesp.br/
Cynthia de Souza Costa (cynthia.costa@unesp.br) e Pedro Henrique Grangeiro da Silva (pedro.grangeiro@unesp.br) são alunos do curso de Engenharia Ambiental e Hetiany Ferreira da Costa (hetiany.costa@unesp.br) é bióloga e mestranda em Ciências Ambientais pela Unesp-Sorocaba.