Homenagem ao brigadeiro Cherubim Rosa Filho
Nos idos de 1954, eu, com 17 anos, trabalhava na Coletoria Federal, com o coletor, Cherubim Rosa, o sr. Binzico, tio do dr. Helio Rosa Baldy. A repartição era na rua Dr. Nogueira Martins, no final do paredão.
Naquela época poucos sorocabanos conheciam aviões a jato, que só trafegavam em rotas internacionais, a partir de Congonhas e Galeão.
Pois bem: numa tarde houve um estrondo ensurdecedor em cima da Coletoria, que assustou a todos, menos o coletor que saiu correndo, como eu também e os contribuintes presentes no momento, para a porta a ponto de ver novamente o avião, um bimotor da Aeronáutica, um Gloster Meteor, comprado da RAF (Royal Air Force, do Reino Unido) após o fim da segunda guerra, que em diversas revoadas sempre passava pela Coletoria, até seguir para seu destino.
O coletor, entusiasmado e emocionado acenava todas as vezes que o avião sobrevoava, gritando: Cherubim! Sentia sua presença, pois o avião, a quase 1000 km/h, não deixava ver e identificar o piloto.
É isto: o tenente na ocasião, Cherubim, quis prestar uma homenagem ao seu pai, Binzico, e seus irmãos que moravam em Sorocaba, fazendo evoluções sobre a cidade, premiando-a também com a novidade: pela primeira vez sobrevoava um avião a jato militar bimotor, pilotado por alguém que chegaria a brigadeiro.
Como vivi sempre embalado pelo interesse no campo tributário, iniciado pelo Cherubim Rosa, seu pai, não poderia, nesta oportunidade em que ele parte para a vida eterna, por certo revendo Cherubim e Isabel e seus irmãos que já foram, deixar de prestar esta homenagem póstuma, extensiva também ao velho Binzico, a quem devo minha carreira profissional.
JOSÉ CARLOS PEREIRA