Honremos os mortos

Por Cruzeiro do Sul

Com a privatização do serviço funerário e a construção de cemitérios particulares, para o sepultamento e a cremação dos mortos, surgiu uma questão relevante que é a falta de garantia dos corpos ficarem em sua última morada, quando não cremados. Sorocaba já conta com essa nova situação. Embora a cremação dê fim ao corpo, restando as cinzas, os corpos sepultados resultam nos restos mortais que passam a correr o risco de serem exumados ou retirados de suas sepulturas ou jazigos. Como, na maioria das vezes, quem adquiriu a sepultura ou o direito ao jazigo foi o agora falecido, consequentemente, não tem como ser chamado para pagar as taxas de manutenção ou o direito à ocupação. Mas isso ocorre sempre, infelizmente, muitas vezes de forma pública, através de comunicados de convocação em jornais, o que parece estranho. Isso é tão comum e ocorreu recentemente, quando mais de 60 deles foram chamados, mesmo sem indicação há quanto tempo estavam enterrados. Além disso, chamou a atenção o fato de existir uma decisão do STF que proíbe até o final de outubro de 2022 qualquer despejo ou reintegração de posse, em razão da pandemia, que parece ser inaplicável aos entes queridos que partiram e que, por certo, nesse prazo, daria a oportunidade aos herdeiros, seus sucessores de serem localizados, resolverem ou, ao menos saberem que os restos mortais estão seguindo para uma ossada geral. Que pena! Nunca esqueçam de seus entes queridos que partiram.
ADAIR ALVES FILHO

RESPOSTA: Não houve resposta da Prefeitura de Sorocaba.