Racismo e desigualdade persistem
Sr. editor,
Celebramos em 20 de novembro o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra. A data oficialmente instituída pela Lei nº 12.519, em 10 de novembro de 2011. Esta data nos lembra a morte de Zumbi dos Palmares, líder do famoso Quilombo dos Palmares, localizado entre Alagoas e Pernambuco, no nordeste do Brasil, em 1695.
Zumbi é um ícone da resistência à escravidão e representa a luta de milhões de africanos escravizados no Brasil. Gostaríamos de trazer à tona questões vitais: o racismo e a desigualdade na nossa sociedade.
Embora tenhamos avançado em muitos aspectos, a realidade mostra que ainda temos muito trabalho pela frente. A falta de oportunidades para a população negra, o racismo que permeia nosso cotidiano e tentativas de apagamento da cultura africana demonstram a necessidade de lutas contínuas.
Para entender melhor o problema do racismo, vale a pena mencionar que, após as eleições de 2022, as assembleias legislativas tiveram o maior número de deputados autodeclarados negros na história do País. No entanto, a identificação racial às vezes ocorre pelo partido, o que pode deixar margem para erros ou irregularidades.
A disparidade racial também é evidente em outras áreas. Os negros são mais condenados por posse de drogas, apesar de serem apreendidos com quantidades menores em comparação com os condenados brancos. Além disso, a Justiça e a Polícia demonstram ser mais rigorosas com os negros, com 76% dos mortos por policiais sendo negros.
No mercado de trabalho, a população negra também sofre com o preconceito, recebendo, em média, R$ 1.200 a menos do que os trabalhadores brancos. Mais de 60% dos desempregados são negros.
O racismo está enraizado em nossa cultura e até mesmo em nosso vocabulário. Expressões discriminatórias como “da cor do pecado”, “denegrir”, “mulato”, e comentários sobre tipos de cabelo denotam o impacto dos mais de 300 anos de escravidão no Brasil. É hora de desaprender e reconstruir! #consciencianegra
ANA GLÓRIA DOUETTS DINIZ