Maio Amarelo pede atenção no trânsito
Movimento mundial visa debater o assunto: se nada for feito, a OMS estima que 2,4 milhões de pessoas devem perder a vida no trânsito em 2030
Toda iniciativa ou campanha positiva deve ser incentivada, apoiada e divulgada. É o caso do movimento Maio Amarelo, cuja proposta é chamar a atenção da sociedade para o alto índice de mortes e feridos no trânsito em todo o mundo.
A história do Maio Amarelo remonta a março de 2010. Naquele mês, a Organização das Nações Unidas (ONU) editou uma resolução definindo o período de 2011 a 2020 como a “Década de Ações para a Segurança no Trânsito”.
O documento foi elaborado com base em um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) que contabilizou, em 2009, cerca de 1,3 milhão de mortes por acidente de trânsito em 178 países. Além disso, aproximadamente 50 milhões de sobreviventes de acidentes daquele período ficaram com algum tipo de sequela.
O movimento foi colocado em prática em maio de 2011 e, desde então, o mês se tornou referência mundial para ações e conscientização da redução de acidentes de trânsito. Atualmente, o Maio Amarelo está presente em 27 países e 423 municípios.
O objetivo é fazer uma ação coordenada entre poder público e a sociedade civil para colocar em pauta o tema segurança viária e mobilizar os mais diversos segmentos: órgãos de governo, empresas, entidades de classe, associações, federações etc. a missão é discutir o tema, engajar-se em ações e propagar o conhecimento, abordando toda a amplitude que a questão do trânsito exige, em todas as esferas.
E por que amarelo?! Simples! O amarelo simboliza atenção e também a sinalização de advertência no trânsito.
Para se ter uma ideia do impacto dos acidentes de trânsito no mundo, são cerca de três mil vidas perdidas por dia nas estradas e ruas. Isso faz com que os acidentes de trânsito sejam a nona maior causa de mortes. E, infelizmente, com algumas peculiaridades. Os acidentes de trânsito são o primeiro responsável por mortes na faixa de 15 a 29 anos de idade; o segundo, na faixa de 5 a 14 anos; e o terceiro, na faixa de 30 a 44 anos.
Para piorar, há também uma questão econômica. Atualmente, esses acidentes representam um custo de US$ 518 bilhões (cerca de R$ 2,7 trilhões) por ano. Esse volume significa um percentual entre 1% e 3% do Produto Interno Bruto (PIB) de cada país.
Se nada for feito, a OMS estima que 2,4 milhões de pessoas devem perder a vida no trânsito em 2030. Isso significaria entrar no triste top 5 de causas de mortalidade. Além disso, entre 20 e 50 milhões de pessoas sobreviverão aos acidentes a cada ano com traumatismos e ferimentos.
A intenção da ONU com a “Década de Ação para a Segurança no Trânsito” é poupar, por meio de planos nacionais, regionais e mundial, cinco milhões de vidas até 2020. Se salvar uma vida já é algo relevante -- lembrando da citação do Talmud “quem salva uma vida salva o mundo inteiro” imortalizada no filme “A lista de Schindler” --, o que dizer de cinco milhões de vidas?!
E o Maio Amarelo também está presente aqui mesmo em Sorocaba, onde o movimento é apoiado pela Urbes Trânsito e Transporte e pela Secretaria de Mobilidade e Desenvolvimento Estratégico (Semob) desde 2016, com a criação de campanhas específicas. Neste ano, o mote proposto pela campanha é “Respeito e responsabilidade: pratique no trânsito”.
Em sua terceira semana de atividades, a campanha segue com ações em pontos centrais da cidade, em locais de tráfego intenso ou de grande concentração de pedestres. São vários tipos de intervenções. Uma delas utiliza painéis para chamar a atenção dos motociclistas, aproveitando o temporizador semafórico.
Em outra, um grupo de mímicos, por meio de performances, chama a atenção para a Faixa Viva. De forma divertida, eles reforçam a orientação para que os pedestres façam a travessia das vias de forma segura e no local apropriado.
Enfim, a conscientização sobre segurança no trânsito é fundamental para todos os agentes que compõem a mobilidade urbana, sejam eles motoristas, pedestres, motociclistas, bikers etc. Portanto, faça a sua parte!