Protagonismo na diplomacia mundial
A volta do Brasil a essa posição de destaque no cenário global merece reconhecimento de todos
O Brasil passa a integrar este ano o seu 11º mandato como membro não permanente do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). É a volta do País ao centro da tomada de decisões no âmbito diplomático global.
Eleito ao lado de outras nove nações, o Brasil integra o grupo rotativo do Conselho pelos próximos dois anos e, pelo cronograma do organismo, vai assumir em julho a presidência dessa seleta comunidade, responsável por discutir e definir ações na resolução de conflitos e crises humanitárias.
O governo do presidente Jair Bolsonaro estará ao lado das lideranças da Albânia, Gabão, Gana, Emirados Árabes Unidos, que se juntam à Índia, Irlanda, Noruega, Quênia e México, como integrantes rotativos do Conselho e responsáveis por traçar as diretrizes de segurança em nome da ONU.
A volta do Brasil a essa posição de destaque no cenário global merece reconhecimento de todos. O governo transforma-se em agente efetivo e terá como prioridade, segundo já adiantou o Itamaraty, a prevenção e busca por soluções pacíficas de conflitos, a eficiência nas missões de paz e respostas humanitárias rápidas às crises internacionais.
Para o Ministério das Relações Exteriores, o governo Bolsonaro também vai trabalhar para a consolidação da paz com medidas que privilegiem o desenvolvimento, o respeito aos direitos humanos e a maior participação das mulheres nas decisões para a garantia da paz e segurança em todo o mundo.
São ações fundamentais que, ao lado dos esforços dos membros permanentes do Conselho de Segurança -- Estados Unidos, Rússia, França, Reino Unido e China --, devem apoiar melhorias nas relações entre todos os países.
E mudanças devem ocorrer. Já estão na mesa de negociações algumas propostas de reformas no Conselho de Segurança da ONU, que precisa evoluir e ganhar mais legitimidade.
Durante a 76º sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, realizada em setembro do ano passado, em Nova York (EUA), chanceleres que representam vários países fizeram um comunicado conjunto para defender a urgência da reforma do Conselho.
Além de estabelecer o foco na recuperação da economia e na manutenção do combate à Covid-19, principalmente nos países menos desenvolvidos, o órgão precisa se tornar mais eficaz e representativo, a começar pelo aumento do número de países-membros, o que melhoraria o debate e a tomada de decisões.
As reformas, tão necessárias para o atual momento, têm o apoio do secretário-geral da ONU, António Guterres, indicando que o caminho está aberto e propício ao diálogo em prol do bem comum.
O Brasil se alinha à proposta de reforma do Conselho de Segurança em busca de resultados concretos para estabelecer novas e, definitivamente, abordagens mais eficazes aos conflitos e crises que poderão surgir, ponderando sempre o caráter e a complexidade dos eventos do futuro.