A nova ameaça da Covid-19
A última mutação foi identificada em regiões remotas da Índia e parece estar se espalhando rapidamente
O inverno está aí e com ele o risco de se contrair a Covid-19 aumenta. As temperaturas mais frias obrigam as pessoas a conviver em ambientes fechados, propícios à propagação do novo coronavírus. Nas últimas semanas, os registros de casos confirmados e de mortes têm aumentado em boa parte do país.
Além disso, uma nova mutação genética do vírus causa apreensão em especialistas e infectologistas. Segundo os cientistas, essa variante pode ser mais contagiosa e driblar a proteção conferida pelas atuais vacinas.
A variante -- chamada BA.2.75 -- pode espalhar-se rapidamente e contornar a imunidade de vacinas e infecções anteriores. Não está claro se pode causar doenças mais graves do que outras variantes da Ômicron, incluindo a proeminente BA.5.
A última mutação foi identificada em várias regiões da Índia e parece estar espalhando-se mais rápido do que outras variantes por lá. O vírus também foi detectado em cerca de dez outros países, incluindo Austrália, Alemanha, Reino Unido e Canadá. Dois casos foram identificados, recentemente, na costa oeste dos Estados Unidos e um terceiro caso no país na semana passada.
Já a China intensificou os bloqueios para tentar conter a Covid-19. Xangai descobriu um caso envolvendo uma subvariante Ômicron BA.5.2.1, segundo um funcionário, sinalizando as complicações que a China enfrenta para acompanhar novas mutações à medida que segue sua política de “zero-Covid”.
Os constantes anúncios de novos casos na China e as medidas de restrição impostas pelo governo têm atrapalhado o crescimento econômico do país e contaminado todo o mercado global. Quase todas as grandes potências do planeta dependem do comércio bilateral com os chineses.
A pandemia da Covid-19 não tem atingido somente a economia. A vida das pessoas também foi afetada. A expectativa de vida global ao nascer caiu para 71 anos em 2021, abaixo dos 72,8 em 2019, interrompendo uma sequência de cinco de décadas de crescimento. A informação foi divulgada segunda-feira (11), num relatório preparado pela Organização das Nações Unidas (ONU) sobre as perspectivas populacionais em 2022.
Segundo o documento, o impacto do novo coronavírus variou entre regiões e países. No centro e no sul da Ásia e na América Latina e Caribe, por exemplo, a expectativa de vida ao nascer caiu quase 3 anos entre 2019 e 2021. Para Bolívia, Botsuana, Líbano, México, Omã e Rússia, as estimativas caíram mais de 4 anos entre 2019 e 2021.
Por outro lado, a população combinada da Austrália e Nova Zelândia ganhou 1,2 anos, devido a menores riscos de mortalidade durante a pandemia para algumas outras causas de morte. A pandemia também “restringiu severamente” todas as formas de mobilidade humana, incluindo migração internacional. “A magnitude do impacto da pandemia nas tendências migratórias é difícil de determinar devido a limitações de dados”, diz o relatório.
Neste ano, a população mundial também atingirá a marca de 8 bilhões de pessoas, projeção prevista para ocorrer em novembro. As últimas projeções das Nações Unidas também sugerem que a população global pode crescer para cerca de 8,5 bilhões em 2030, 9,7 bilhões em 2050 e 10,4 bilhões em 2100.
A expectativa de vida ao nascer para as mulheres excedeu a dos homens em 5,4 anos em todo o mundo, situando-se em 73,8 e 68,4, respectivamente. “Uma vantagem de sobrevivência feminina é observada em todas as regiões e países, variando de 7 anos na América Latina e no Caribe a 2,9 anos na Austrália e Nova Zelândia”, diz o relatório da ONU.
Por esse levantamento, fica claro a confusão que a Covid-19 causou no mundo. Além dos bilhões de dólares em prejuízo global para empresas e governos, a doença fez regredir boa parte do sistema de saúde mundial. E a ameaça ainda está aí, no ar, e é preciso tomar uma série de cuidados para que não retornemos ao pico da doença.
Manter os cuidados de higiene, evitar o contato com outras pessoas durante a presença de sintomas da doença, usar máscara quando necessário e estar sempre com a vacinação em dia, são medidas salutares e que podem ajudar o mundo a se livrar, em breve, de todos os transtornos causados por esse vírus.