Cautela é a palavra de ordem
Os golpes bancários são um risco constante para milhares de clientes
Quanto mais o mundo caminha em direção à informatização e à digitalização de dados, maior o risco de se cair num golpe pela internet e pelas redes sociais. A criatividade dos bandidos cibernéticos não tem limites. Eles buscam toda a forma de artimanha para ludibriar os incautos.
Muitas vezes o e-mail que contém uma armadilha é tão real que acaba sendo difícil resistir à tentação de clicá-lo. O mesmo vale para a clonagem de contas nas redes sociais. Alguns perfis falsos enganam, por segundos, mesmo pessoas experientes no ramo. E quando você acredita ter aprendido a evitar todos os golpes, surge um novo, mais desafiador ainda. É preciso estar sempre atento e nunca baixar a guarda.
Esta semana, a Receita Federal divulgou um alerta sobre golpes que têm sido aplicados via internet, nos quais o nome da Receita e de suas alfândegas têm sido usados em anúncios de vendas de produtos a preços muito abaixo do mercado.
Em uma nota divulgada, o fisco informa que os estelionatários responsáveis por esses golpes de e-commerce usam de anúncios pagos para enganar os consumidores.
No conteúdo de falsas propagandas, os criminosos “usam de forma ilícita o nome das unidades da Receita Federal responsáveis pelas atividades de controle aduaneiro” (as alfândegas), na tentativa de simular veracidade na aplicação do golpe, informa.
A Receita Federal esclarece que nem ela nem as alfândegas comercializam qualquer tipo de mercadoria.
Os golpes bancários também são um risco constante para milhares de clientes. Por mais que os bancos se esforcem em busca de coibir novas armadilhas, o controle é sempre complicado. Os dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) apontam que são tiradas de circulação cerca de 3 mil páginas fraudadas de bancos por mês. Também foram constatados aumento na incidência nos golpes praticados por falsos motoboys, de central telefônica e funcionários falsos e de phishing (golpe eletrônico que visa obter dados pessoais através de mensagens e e-mails falsos que induzem o usuário a clicar em links suspeitos ou ainda páginas falsas na internet). Segundo a Comissão Executiva de Prevenção a Fraudes da Febraban, os números desses golpes vêm crescendo porque os fraudadores estão aproveitando a digitalização forçada da população que foi feita durante a pandemia.
A maioria dos crimes utiliza a engenharia social, que consiste na manipulação psicológica do usuário para que ele forneça informações confidenciais, como senhas e números de cartões para os criminosos, ou faça transações em favor das quadrilhas.
Para a Febraban, esses crimes não são finalizados pelos fraudadores, mas pelo próprio correntista que acredita no que o golpista está falando e segue suas instruções transmitindo seus dados e “facilitando a atuação das quadrilhas”.
De acordo com a entidade, os bancos gastam cerca de R$ 2,5 bilhões por ano em cibersersegurança para tentar combate esse tipo de crime. “Não adianta a pessoa ter um carro blindado e andar com a janela aberta para aproveitar a brisa da manhã. Um carro blindado só é eficiente se for mantido fechado. É assim com a tecnologia e a segurança oferecida pelos bancos. O cliente precisa utilizá-la”, explicam os diretores da Febraban.
A dica é desconfiar sempre de mensagens que você não pediu ou aprovou, e de ofertas em que o desconto é tentador demais. Reconhecer uma tentativa de phishing nem sempre é fácil, mas alguns cuidados são recomendados: procure por algo que não seja comum ou que seja estranho: pergunte a si mesmo se a mensagem passa pelo “teste de desconfiança”; acredite na sua intuição, mas não se deixe levar pelo medo. Geralmente, os ataques de phishing usam o medo para confundir seu julgamento.
Não tenha pressa em atender a um pedido que vem pela internet ou pelas redes sociais. A pressão pela rapidez de uma decisão atrapalha o julgamento e quase sempre leva ao prejuízo.
Se você receber uma mensagem pouco convencional, pesquise se não há relatos de golpe ou de fraudes. Quase sempre você vai encontrar alguém que já caiu na armadilha e está ali para contar sua dolorosa experiência. Cautela é a palavra de ordem nas relações virtuais.