Uma onda de otimismo atinge o Brasil
O Brasil ainda tem muita bala na agulha para surpreender os analistas das grandes instituições financeiras e até mesmo o FMI
A economia brasileira segue sendo notícia de destaque no mundo. E sempre no bom sentido. O Fundo Monetário Internacional (FMI) elevou de forma expressiva a estimativa para o crescimento da atividade brasileira, neste ano, apesar das dificuldades enfrentadas pela economia global. Na revisão das estimativas em seu relatório Perspectiva Econômica Global, divulgado ontem (26), o FMI passou a estimar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil neste ano em 1,7%, bem acima da taxa de 0,8% calculada em abril.
Para 2023, o relatório indica que a expansão da atividade será de 1,1%, 0,3 ponto percentual a menos que o previsto em abril.
A estimativa do FMI, no entanto, ainda está um pouco abaixo da expectativa do governo, que calcula que o PIB brasileiro deva crescer cerca de 2% neste ano. A previsão do Ministério da Economia para 2023 é de 2,5%.
A melhora do cenário para o Brasil ajudou a impulsionar a projeção para o crescimento da América Latina e Caribe, com o FMI vendo agora aumento do PIB da região de 3% este ano, 0,5 ponto a mais do que no relatório anterior.
De acordo com as previsões do FMI, o crescimento do PIB global desacelerará para 3,2% em 2022, ante uma previsão de 3,6%, divulgada em abril. “A perspectiva piorou significativamente desde abril. O mundo poderá em breve estar à beira de uma recessão global, apenas dois anos após a última”, disse o economista-chefe do FMI, Pierre-Olivier Gourinchas, em comunicado.
Entre os motivos que levaram o FMI a reduzir a projeção para o PIB mundial em 2022 em 0,4 ponto estão a inflação mais elevada em todo o mundo, desaceleração mais forte do que o esperado na China devido a novos surtos de Covid-19 e repercussões negativas da guerra na Ucrânia.
Para a China, o fundo cortou as perspectivas de crescimento em 1,1 ponto para 2022 e em 0,5 ponto para 2023, indo respectivamente a 3,3% e 4,6%.
“Os riscos para o cenário são predominantemente negativos. A guerra na Ucrânia pode levar a uma interrupção repentina das importações de gás da Rússia pela Europa; pode ser mais difícil reduzir a inflação do que o esperado se os mercados de trabalho estiverem mais apertados ou se as expectativas de inflação desancorarem”, destacou o relatório do FMI.
Só que o Brasil ainda tem muita bala na agulha para surpreender, ainda mais, os analistas das grandes instituições financeiras e até mesmo o FMI. E a bola da vez vai ser o aço e seus derivados.
O Ministério da Economia confirmou, na segunda-feira (25) que o Reino Unido e os Estados Unidos decidiram não mais aplicar medidas tributárias protetivas sobre a importação de chapas de aço e de produtos de aço laminados a frio.
A decisão britânica, segundo o governo, foi anunciada na sexta-feira, quatro dias após a Comissão de Comércio Internacional dos Estados Unidos (ITC) decidir revogar as tarifas de defesa comercial (antidumping) que há mais de cinco anos vinham sendo cobradas dos produtos de aço laminados a frio provenientes do Brasil.
Eliminadas essas salvaguardas, o aço brasileiro se torna comercialmente mais competitivo. O Reino Unido e os Estados Unidos são dois dos principais mercados para os produtos siderúrgicos brasileiros. Dos cerca de US$ 7,3 bilhões que o Brasil exportou ao mundo em 2019, mais de US$ 3,4 bilhões foram destinados ao Reino Unido e aos Estados Unidos. A decisão norte-americana, por exemplo, começou a se desenhar logo após o encontro bilateral entre o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e Jair Bolsonaro, na Califórnia. O apelo de Bolsonaro surtiu efeito e os americanos abriram as portas para a nossa produção. Isso vai mexer, internamente, com todo o mercado de minério, valorizando as ações das empresas do ramo, possibilitando a entrada de mais investimento e capital e fazendo a roda da economia girar ainda mais rapidamente.
Essa profusão de boas notícias na área econômica deve contagiar o ânimo do brasileiro e provocar uma onda de otimismo que possa impulsionar ainda mais o nosso PIB. Um crescimento maior do País é salutar para todos nós que aqui vivemos.