Setembro chega acompanhado de otimismo

Com a queda no número de desempregados, o mercado começa a oferecer salários melhores

Por Cruzeiro do Sul

A cada dia que passa é mais difícil encontrar alguém reclamando da falta de emprego na Região Metropolitana de Sorocaba. Muitas ofertas de trabalho têm ficado à espera de um interessado nos Postos de Atendimento ao Trabalhador. Para alguns, falta experiência; para outros, capacitação; mas as oportunidades vêm surgindo todos os dias. As empresas já perceberam esse cenário e, mais do que oferecer vagas, estão oferecendo também treinamento.

Esse movimento vai fazer com que a situação salarial da população melhore, profissionais sejam promovidos para cargos melhor remunerados e novas vagas se abram para quem está entrando no mercado de trabalho. Um círculo virtuoso que deve ser sempre mantido em benefício da sociedade.

A mudança de cenário não está ocorrendo apenas na região de Sorocaba. No País todo o que se vê é a abertura de mais e mais vagas de trabalho. Segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta quarta-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação caiu para 9,1% no trimestre encerrado em julho, o que representa uma queda de 1,4 ponto percentual na comparação com o trimestre terminado em abril. O índice igualou-se com o menor da série desde dezembro de 2015. A quantidade de pessoas ocupadas chegou a 98,7 milhões, um recorde na série histórica, iniciada em 2012.

A coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios, Adriana Beringuy, avalia que a queda no desemprego foi influenciada pelas atividades de comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas, as quais registraram acréscimo de 692 mil pessoas (3,7%) na comparação trimestral. Já o setor de administração pública, de defesa, de seguridade social, de educação, de saúde humana e de serviços sociais subiu 3,9%, com mais 648 mil pessoas.

“Essas duas atividades, de fato, foram destaques, mas cabe ressaltar que nenhum grupo de atividade econômica apresentou perda de ocupação. Ou seja, todos os setores adicionaram pessoas ao mercado de trabalho”, explica a coordenadora.

Com a queda no número de desempregados, o mercado começa a oferecer salários melhores para atrair quem já está numa determinada ocupação. Isso faz com que a massa salarial aumente. Após dois anos de estagnação ou queda, o rendimento real habitual voltou a crescer e chegou a R$ 2.693 no trimestre encerrado em julho. Um aumento de 2,9% em relação ao trimestre anterior.

Os dados da Pnad Contínua indicam que o aumento no rendimento foi puxado pelos empregadores, que tiveram incremento de 6,1%, ou mais R$ 369; dos militares e funcionários públicos estatutários, com aumento de 3,8%, ou mais R$ 176; e dos trabalhadores por conta própria, cujos rendimentos subiram 3% ou R$ 63.

A massa de rendimento real habitual foi de R$ 260,7 bilhões, um aumento de 5,3% frente ao trimestre encerrado em abril e de 6,1% na comparação com o trimestre encerrado em julho de 2021.

Tudo isso não ocorre por acaso. Há uma conjuntura econômica, incentivada pelo governo, que facilita que a roda se movimente. Esse ambiente favorável, faz crescer o otimismo dos investidores. O Índice de Confiança Empresarial (ICE) calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV-Ibre) avançou 2,2 pontos em agosto e alcançou 100,7 pontos. É o maior patamar desde agosto de 2021, quando ficou em 102,5 pontos. O resultado também foi divulgado ontem (31). É o quinto mês consecutivo que o indicador mantém a tendência ascendente em médias móveis trimestrais.

Quer um outro bom termômetro para avaliar a situação do País? O Indicador de Incerteza da Economia (IIE-Br), calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), recuou 4,2 pontos em agosto e chegou a 116,6. É o menor nível desde abril deste ano, quando atingiu 114,9 pontos. Os números foram divulgados pela FGV.

Desemprego em queda, confiança em alta. Assim está o Brasil neste dia 1º de setembro de 2022. Muitas notícias boas ainda estão por vir. A economia brasileira está dando um show de resiliência. A hora é de comemorar e agitar com orgulho nossa bandeira nas ruas.