O tempo está passando

Com o esforço de todos, podemos fazer essa mensagem chegar aos pais que estão atrasados na missão de proteger os filhos

Por Cruzeiro do Sul

 

Sorocaba realiza, neste sábado (3), um esforço extra para aumentar a cobertura vacinal contra a poliomielite. A campanha de vacinação na cidade está bem abaixo da expectativa o que pode se transformar num enorme risco para a sociedade.

Um posto de vacinação adicional foi montado no Pátio Cianê Shopping e vai atender, das 10 às 16 horas, os pais que não podem, durante a semana, levar os filhos às Unidades Básicas de Saúde para receber a correta imunização.

Apesar da campanha de vacinação ter começado no dia 8 de agosto, a cobertura vacinal contra a poliomielite, em Sorocaba, até agora atingiu a marca de 30%, bem abaixo dos 95% preconizados pelo Ministério da Saúde. Os números da cidade seguem, de perto, o padrão estadual e nacional, o que aumenta o risco da paralisia infantil, nos próximos anos, voltar a ser registrada no País.

Mesmo com uma queda significativa da procura pela vacina, este ano, os resultados estão melhores que os de 2020 e 2021, dois anos fortemente impactados pela pandemia da Covid-19.

Tanto o Ministério da Saúde quanto as secretarias estaduais e municipais estão lutando para reverter esse quadro até 9 de setembro, quando acaba, oficialmente a campanha nacional de imunização. Vários artifícios têm sido usados para convencer os pais da importância da vacinação contra a pólio, mas os efeitos práticos ainda são poucos.

Especialistas em saúde alertam para o risco da volta da doença por conta do baixo índice de imunização em todo o Brasil. A situação é tão preocupante que a Organização Panamericana de Saúde (Opas), braço da Organização Mundial da Saúde (OMS), decidiu colocar o Brasil no grupo de países da América Latina que correm o risco de voltar a apresentar casos se a vacinação não voltar a crescer.

O último caso registrado de poliomielite no Brasil foi em 1989. A OMS reconheceu, em 1994, que o País conseguiu eliminar o vírus em todo o território nacional. Mesmo sem identificar infecção há mais de 30 anos, especialistas alertam que a vacinação é necessária porque novas infecções têm sido identificadas nos últimos meses.

Estamos a uma semana do fim da campanha nacional contra a poliomielite e cerca de 10 milhões de crianças ainda não receberam a vacina contra a doença. Segundo especialistas, entre os motivos para a baixa procura estão a pandemia; a dificuldade dos pais, que trabalham, de levar os filhos aos postos de saúde; a baixa percepção de risco diante do longo período sem casos da doença e a falta de campanhas mais intensas por parte do poder público.

A queda da taxa de cobertura vacinal não é uma exclusividade da pólio. Outras doenças também podem voltar a disseminar-se no País por conta da baixa procura pela imunização. A campanha nacional de vacinação pode ajudar a corrigir esse problema. Numa única ida ao posto de saúde, os pais têm a oportunidade de atualizar a carteirinha dos filhos e garantir a eles proteção contra muitas doenças perigosas e que podem causar sequelas para a vida toda.

No caso específico da pólio, uma simples gotinha pode salvar a vida de seu filho. A vacina oral tem sido usada, no mundo todo, desde 1962, quando foi descoberta por Albert Sabin. São sessenta anos de bons serviços no combate à pólio. Uma vacina que ajudou a erradicar a doença em dezenas de países, inclusive no Brasil.

Temos uma semana para ajudar o Ministério da Saúde a atingir a meta alvo para a campanha contra a pólio. O trabalho vai ser grande, mas com o esforço de todos podemos fazer essa mensagem chegar aos pais que estão atrasados na missão de proteger os filhos contra uma doença facilmente evitável. Não deixe para amanhã a proteção que você pode proporcionar hoje a seu bem mais precioso.