O que se pode esperar da economia do Brasil

É hora de cobrar dos dois candidatos, Lula e Bolsonaro, projetos claros e detalhados sobre o que pensam para o futuro do Brasil

Por Cruzeiro do Sul

Ministro da Economia, Paulo Guedes

O segundo turno das eleições está se aproximando. Faltam pouco mais de 15 dias para o Brasil conhecer o presidente que vai comandar o País nos próximos quatro anos. Uma das opções é reeleger o atual mandatário, Jair Bolsonaro, a outra é trazer de volta ao Palácio do Planalto o ex-presidente Lula.

Nessa reta final é importante saber o que cada um dos candidatos pensa principalmente na área econômica. Não é hora de apostar no escuro.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou na quarta-feira, 12, que, a depender dele, o ministro da Economia, Paulo Guedes, deve permanecer no governo num eventual segundo mandato. A declaração foi dada em entrevista gravada para a TV Alterosa, concedida ao lado do governador reeleito de Minas Gerais, Romeu Zema.

“Não está previsto sair ninguém, a não ser que queira sair. Paulo Guedes fica. Ele foi um dos melhores ministros da Economia do mundo, levando-se em conta inclusive a questão da pandemia. Como Roberto Campos, pelo terceiro ano seguido, é o melhor ministro em alguns muitos critérios, do Banco Central, que agora nós demos independência no BC”, disse Bolsonaro, emendando que Guedes é o “nosso Pelé” na economia. “Então por mim ele continua. Eu não sei se pela idade, se ele quer continuar. Ele ou outro. No momento nenhum ministro falou que quer deixar o governo numa possível reeleição minha”, continuou Bolsonaro.

Na entrevista, Bolsonaro disse ainda pensar em recriar o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. A ideia teria partido da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) e já estaria acertada com Guedes.

“É um ministério muito importante, já acertei com o Paulo Guedes, porque ele absorveu esse ministério nas fusões. Ele abriria mão disso e esse Ministério voltaria a funcionar”, disse Bolsonaro.

As políticas econômicas adotadas por Paulo Guedes nos últimos anos têm surtido efeito positivo na economia. O desemprego caiu, a inflação está sob controle e o País vem crescendo desde que a pandemia arrefeceu. O Brasil tem sido destaque constante no cenário internacional como um dos países que melhor soube lidar na transição pós Covid-19.

Do outro lado da balança está o ex-presidente Lula que se nega a apresentar claramente seus projetos econômicos. Ele já deu várias declarações contrárias ao teto de gastos, já falou em moeda única entre as economias da América do Sul, pregou o fim da paridade internacional nos preços do petróleo e ameaçou acabar com a privatização da Eletrobras. Uma verdadeira colcha de retalhos ideológica que não detalha como será feita cada medida.

Ao mesmo tempo, Lula pisa em duas canoas. Ora sinaliza para as ideias do ex-ministro Henrique Meirelles, ora parece estar fechado com os ideais da extrema-esquerda propostos por Guilherme Boulos.

Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, Boulos disse que a entrada de Geraldo Alckmin na chapa de Lula como candidato a vice-presidente não significava nada em termos ideológicos. Para Boulos “em nenhum momento as ideias liberais foram incorporadas ao plano de governo (de Lula)”. Como o ex-presidente não desmentiu o aliado, pode-se considerar que o que foi dito está valendo.

Lula também nunca se posicionou quanto aos bilhões de dólares emprestados, e nunca pagos, a países governados pela esquerda como Cuba e Venezuela. Não se sabe se o ex-presidente teria força para, reconduzido ao cargo de presidente da República, tentar reaver esse dinheiro que saiu dos nossos bolsos ou se corremos o risco de novos empréstimos ainda mais vultuosos.

O que se sabe, atualmente, é que o Brasil vai bem, nos trilhos e com potencial para conquistas cada vez maiores. O desarranjo econômico, quer por incompetência quer por ideologia, pode nos afetar e muito. O País não tem mais tempo para apostar em experiências que já se mostraram desastrosas. É hora de cobrar dos dois candidatos, Lula e Bolsonaro, projetos claros e detalhados sobre o que pensam para o futuro do Brasil. Só com essa informação em mãos vamos poder votar bem.