O Natal e a democracia
O Brasil é o paraíso diante dos muitos exemplos que vemos por aí. Conquistamos nossa liberdade, nosso direito de expressar os pensamentos e de professar qualquer religião
Estamos a menos de dois meses do Natal. A data, apesar de ter origem religiosa, é um dos principais motores para a geração de renda e de empregos no segundo semestre. Para esse ano, a expectativa é bastante otimista e o número de novas vagas nos setores de comércio e serviço devem aumentar.
Esse bom momento está muito ligado à queda no desemprego e ao aumento da massa salarial da população. Com mais dinheiro no bolso e a perspectiva de crescimento do país fica mais fácil apostar num consumo maior tanto nas compras para o Natal como nas compras para as festas de fim de ano.
Para se ter essa certeza, basta olhar os últimos números divulgados pelo Caged, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, administrado pelo Ministério do Trabalho. Em setembro, o mercado de trabalho formal brasileiro registrou um saldo positivo de 278.085 carteiras assinadas. O dado aponta que no mês passado foram feitas 1,926 milhão de admissões e 1,648 milhão de demissões.
O mercado financeiro já aguardava esse aumento, mas ele veio acima da média das previsões, o que é uma excelente notícia. No acumulado de janeiro a setembro, o saldo do Caged é positivo em 2,147 milhões de vagas. Isso significa que, passada a pandemia da Covid-19, o brasil já criou mais de 5 milhões de vagas de emprego. Uma recuperação e tanto diante do cenário mundial de inflação e de recessão.
Sorocaba está bem inserida nesse cenário. Em setembro, a cidade registrou um saldo positivo de 1.014 vagas de emprego formal. Esse resultado garantiu o 9º mês seguido com saldo positivo na geração de empregos com carteira assinada.
No mês passado, Sorocaba teve, no total, 10.534 admissões contra 9.520 desligamentos e o setor que mais gerou vagas formais foi o comércio, com saldo de 703. Já o estoque de empregos com carteira assinada em Sorocaba este ano é de 210.796.
Nas lojas do centro da cidade e mesmo nos shoppings, já é possível ver a movimentação para a contratação de funcionários temporários. Muitos já começaram a trabalhar em setembro, como mostram os registros do Caged. O Natal, como mola propulsora desse aquecimento de mercado financeiro, não é muito bem visto por alguns por se tratar de um feriado cristão. Para algumas ideologias, a religião é o ópio do povo.
Em Cuba, por exemplo, o Natal foi banido por décadas. Os cubanos, de maioria cristã, tiveram de engolir a determinação de Fidel Castro. Assim que o grupo dele tomou conta da ilha, com a Revolução Comunista de 1959, Cuba foi declarada um país ateu. Escolas religiosas foram fechadas, igrejas foram vandalizadas, procissões foram proibidas, padres e freiras foram deportados ou presos.
Ao mesmo tempo, todos os feriados religiosos foram abolidos. Em 1969, o ditador Fidel Castro eliminou o Natal sob a justificativa de que a festa atrapalhava a colheita da safra de cana-de-açúcar. As famílias cristãs sofreram muito e precisavam esconder-se para poder celebrar o nascimento de Jesus. Todo o cuidado era necessário, já que se fossem pegos sofreriam sérias punições da ditadura de esquerda. Somente em 1998, com a visita do papa João Paulo II, a celebração de Natal foi liberada. Só que aí uma geração inteira já havia se desligado dos costumes religiosos ligados à festa.
Outras ditaduras de esquerda também perseguiram não só os cristãos como seus costumes. A Rússia, no auge do comunismo, fechou igrejas e proibiu celebrações. Na Ásia, as celebrações natalinas e até as de Ano Novo têm sido desencorajadas, reguladas ou totalmente proibidas - mesmo para as comunidades cristãs que vivem nesses países. É o caso, por exemplo, da Coreia do Norte e da China.
Aqui, na América do Sul, os ataques aos cristãos têm aumentado em países governados pela esquerda. Na Nicarágua, o ditador Daniel Ortega tem mandado prender e expulsar padres e feiras; no Chile, igrejas são vandalizadas e incendiadas; na Venezuela, a situação é bem parecida.
O escritor cubano, exilado nos Estados Unidos, Luis Manuel Garcia, em seu livro "Filho da Revolução" conta um pouco do sofrimento dos cristãos na Cuba de Fidel. Em seu relato autobiográfico, descreve que poucas vezes viu a tristeza estampada no rosto das crianças como no dia em que Fidel acabou com a "Nochebuena" (Natal). Fdel proibiu até as árvores natalinas, por considerá-las um ridículo e antiquado costume europeu. Garcia conta que só com a fuga para os Estados Unidos é que a família voltou a ser feliz.
Felicidade que também é vista nos olhos dos refugiados da ditadura venezuelana ao chegar ao solo brasileiro. Magros, sem esperança, sem dinheiro, eles preferem deixar para trás suas raízes para escapar do Governo Maduro e viver num lugar melhor, o Brasil.
O Brasil é o paraíso diante dos muitos exemplos que vemos por aí. Conquistamos nossa liberdade, nosso direito de expressar os pensamentos e de professar qualquer religião. Temos acesso irrestrito às informações e a liberdade de escrever o que queremos. Não podemos deixar que qualquer grupo político mude essa situação. E é no voto que podemos garantir a nossa plena democracia.