A eleição de 2024 está logo ali

Os vereadores sabem que estão em contagem regressiva para a eleição de 2024 e este ano é vital mostrar bastante serviço

Por Cruzeiro do Sul

Segundo dados do próprio legislativo, a Casa de Leis sorocabana registrou, em janeiro deste ano, a maior produtividade de sua história

A Câmara Municipal de Sorocaba voltou aos trabalhos na última quinta-feira. Mesmo durante o recesso, os vereadores arregaçaram as mangas e trabalharam bastante em busca de projetos que possam solucionar problemas que afetam a comunidade como um todo e também demandas exclusivas para determinados bairros ou categorias.

Segundo dados do próprio legislativo, a Casa de Leis sorocabana registrou, em janeiro deste ano, a maior produtividade de sua história. Somente nos 31 primeiros dias de 2023, os vinte vereadores já apresentaram mais de 1 mil indicações - o que representa cinco vezes mais do que a média anual histórica da Casa até 2020, que era de 180 indicações apresentadas no mês janeiro.

Essas informações foram divulgadas pelo secretário geral da Câmara de Sorocaba, Jonata Mena, minutos antes da abertura da primeira sessão do ano. O secretário enfatizou que o recesso parlamentar de janeiro, quando não são realizadas sessões, permite aos vereadores visitar os bairros e ouvir ‘in loco‘ as demandas da população.

De acordo com Mena, desse contato surgem centenas de demandas, que acabam se transformando em indicações, requerimentos, projetos de lei e outras ações legislativas.

O relatório apresentado pelo secretário mostra que durante todo o ano de 2022, os vereadores apresentaram 6,8 mil indicações, atual recorde histórico do Legislativo quanto a esse tipo de propositura.
Mesmo diante desse quadro positivo, o Legislativo sorocabano ainda deve enfrentar, este ano, sérios desafios. Algumas polêmicas iniciadas em 2022 não tiveram uma solução a contento.

Uma delas é o caso da aprovação da sessão híbrida, onde os parlamentares, a qualquer tempo, podem participar dos trabalhos remotamente, distantes do plenário e sem a pressão que vem das galerias. Essa iniciativa, aprovada na época a toque de caixa, teve um reflexo tão negativo que o próprio autor da proposta, decidiu fazer um outro projeto voltando tudo como era antes. Só que passados quase dez meses, o tema ainda não foi pautado em plenário.

A Câmara ainda vai ter que explicar, ao Ministério Público, o motivo que a fez aprovar o aumento de cinco cadeiras para a próxima legislatura. As contas de quanto isso vai custar ao erário público estão sendo consideradas muito abaixo da realidade. O presidente da Casa, mesmo quando questionado pela reportagem, busca fugir do tema. A saída vai ser aguardar o posicionamento oficial no processo em andamento.

Outro abacaxi que permanece no colo do Legislativo é o arquivamento da CPI que quer investigar a compra de um imóvel para a secretaria da educação. A Justiça deu prazo para que a Câmara informe os motivos que a levaram, em dezembro do ano passado, a dificultar essa investigação. Ao mesmo tempo, uma outra CPI, baseada em dados bastante superficiais sobre o tema e liderada por vereadores da situação, foi aceita.

O juiz Alexandre de Mello Guerra, da Vara da Fazenda Pública, que cuida do caso, quer conhecer melhor os fatores que motivaram essa decisão da Câmara antes de se posicionar na ação proposta por vereadores da oposição.

A primeira sessão de 2023 foi marcada pela eleição dos integrantes das diversas comissões que tocam o dia a dia da Câmara. Poucas mudanças foram registradas na comparação com os dois primeiros anos dessa legislatura. Os debates e a análise de projetos ficaram para a semana que vem. Aí que o jogo realmente começa.

Os vereadores sabem que estão em contagem regressiva para a eleição de 2024 e este ano é vital mostrar bastante serviço e facilitar uma recondução ao cargo. Só que vai ser importante também resolver os entraves deixados pelo caminho. A população tem o direito de saber a posição do seu representante em cada situação. Fiscalizar a atuação dos nossos legisladores é uma importante missão daqui para frente.