Sorocaba deve enfrentar, nesta quinta-feira, 24 de agosto, um dia bastante quente, semelhante ao registrado no auge do verão. As temperaturas máximas podem se aproximar, facilmente, dos 35°C. O curioso é que estamos, ainda, no meio do inverno. A estação atual registrou pouquíssimos dias de frio intenso. O sol predominou e as roupas mais pesadas nem tiveram chance de sair do armário para um curto passeio.

A onda de calor atual, que se espalhou sobre o Brasil nesta terceira semana de agosto, elevou as temperaturas em todo o Estado de São Paulo. Vários alertas foram emitidos pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Há grande possibilidade de se registrar, nas próximas horas, a maior temperatura do ano, aqui na Região Metropolitana de Sorocaba. Até o momento, a temperatura mais alta de 2023, ocorreu no dia 26 de janeiro, quando os termômetros chegaram a marcar 33,6°C.

Junto com o aumento da temperatura, a umidade do ar deve cair bastante, podendo variar entre 30% e 20%. Se isso se confirmar é importante redobrar os cuidados com a saúde e evitar a exposição ao sul nos horários de pico. O ar seco pode causar, principalmente, ressecamento da pele e desconforto nos olhos, boca e nariz.

Em casos de calor extremo, a Defesa Civil Estadual orienta que as pessoas prestem atenção nos idosos, crianças, doentes crônicos e grávidas, que tendem a ficar desidratados mais rapidamente e que procurem não passar muitas horas sem se alimentar, mesmo sem sentir fome, mantendo uma alimentação saudável com frutas, verduras e alimentos leves.

No Hemisfério Norte, onde agora é verão, as temperaturas, este ano, também estão preocupando os moradores. Os incêndios têm sido uma constante em países como Grécia, Espanha, Portugal e até mesmo o Canadá. O ar bastante seco e os fortes ventos ajudam a propagar as chamas e comunidades inteiras já tiveram que abandonar suas casas para escapar do fogo.

Mais acostumados com as temperaturas medianas e mesmo com o frio, os europeus não estão preparados para o calor intenso. Milhares de mortes são registradas todos os anos em países considerados os mais desenvolvidos do planeta. Um estudo, publicado em julho deste ano, por pesquisadores de vários institutos de saúde europeus estimou que mais de 60 mil pessoas morreram de causas relacionadas ao calor em 35 países do final de maio ao início de setembro de 2022. Esse foi, até agora, o verão mais quente já registrado na Europa. A má notícia é que este ano um novo recorde pode ser batido.

Os países banhados pelo mar Mediterrâneo são os que têm enfrentado maiores problemas com a alta das temperaturas. Segundo o professor Joan Ballester, do Instituto de Saúde Global de Barcelona e um dos autores do estudo, o Mediterrâneo é afetado pela desertificação, as ondas de calor são amplificadas durante o verão apenas por causa dessas condições mais secas.

Em números absolutos, os países que tiveram maior número de mortes no verão de 2022 foram a Itália, com 18.010 óbitos, a Espanha com 11.324 e a Alemanha com 8.173 mortes. Os números do verão deste ano ainda são desconhecidos, mas a tendência é que fiquem bastante próximos do que foi registrado no ano passado.

O planeta vive um verdadeiro caos climático e à medida que as ações danosas provocadas pelo próprio homem aumentam, maior o risco de enfrentarmos temperaturas extremas e ondas de calor cada vez mais frequentes e severas.

A quinta-feira de inverno em Sorocaba, hoje, deve ser uma das mais quentes da história. Vai servir como alerta e reflexão do que queremos para o futuro e do que precisamos fazer para ajudar a humanidade a deter todas as mudanças climáticas que estamos assistindo de camarote.

Essa onda de calor está com os dias contados. No fim de semana, se a meteorologia não errar, uma mudança brusca de temperatura deve ocorrer e o frio passará a conviver com os sorocabanos. As mínimas previstas para a última semana de agosto chegam aos 9°C. Uma boa oportunidade para desfilar os modelitos de inverno antes que o calor volte de vez.