A falta de bom senso

Cidadãos indignados questionaram qual a ligação de tão estranha coreografia com o escopo do ministério em questão

Por Cruzeiro do Sul

Vídeo mostra uma pessoa cantando uma música de gosto duvidoso e outra fazendo uma coreografia ousada no centro do palco

A moralidade e os bons costumes parecem ter perdido espaço no Brasil!

Não se sabe se esse fenômeno está ligado à maior vigilância das redes sociais ou se alguns dirigentes, das mais diversas áreas, perderam um pouco a noção do ridículo na hora de promover espetáculos constrangedores.

O pior é que toda essa barbaridade, classificada por muitos como artística, é financiada com dinheiro dos cofres públicos.

Verbas, que segundo o governo, estão cada vez mais escassas e faz-se necessário aumentar a cobrança dos tributos.

Um vídeo gravado no quinta-feira e divulgado amplamente nas redes sociais mostra uma exibição artística, no mínimo controversa, durante um evento organizado pelo Ministério da Saúde.

A performance gerou as mais diversas críticas.

Cidadãos indignados questionaram qual a ligação de tão estranha coreografia com o escopo do ministério em questão.

Outros queriam saber como um governo que se diz defensor do feminismo aprova atos obscenos que usam o corpo da mulher como mero objeto de exploração sexual.

A controversa apresentação de dança ocorreu durante o 1º Encontro de Mobilização da Promoção da Saúde no Brasil.

O show mostra uma pessoa cantando uma música de gosto duvidoso e outra fazendo uma coreografia ousada no centro do palco, exibindo suas partes íntimas, enquanto os participantes da plateia aplaudiam efusivamente.

De acordo com o Departamento de Prevenção e Promoção da Saúde da Secretaria de Atenção Primária à Saúde, o objetivo da reunião era apoiar a implementação da Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS), com o compartilhamento de ideias e experiências, ampliação do diálogo, estímulo à gestão participativa e construção da agenda de territorialização da promoção da saúde no país.

Só não se explicou no que tal performance pode ajudar nessa missão.

A oposição, ao tomar conhecimento do vídeo, disparou uma série de críticas a atitude do ministério.

O senador Ciro Nogueira disse que ‘o cupim identitário está corroendo o governo por dentro‘. E completou: ‘Chocante como a ideologia contaminou o governo do PT!!! É um seminário de Atenção Primária do Ministério da Saúde!!! Atenção primária é isso aí?‘.

A deputada federal Bia Kicis compartilhou o vídeo, junto a um texto: ‘Estão com pressa em destruir o Brasil‘.

Estrago feito, o Ministério da Saúde resolveu pronunciar-se por meio de uma nota.

‘A programação contou com a participação de sete grupos artísticos nos seus intervalos. Uma das apresentações surpreendeu pela coreografia inapropriada. O Ministério da Saúde lamenta pelo episódio isolado, que não reflete a política da Secretaria nem os propósitos do debate sobre a promoção à saúde realizados no encontro, e adotará medidas para que não aconteça novamente‘, informou o texto.

Esse é só um dos absurdos registrados este ano.

Em agosto, no Rio de Janeiro, uma escola contratou um grupo de teatro, pelo valor de R$ 50 mil, para exibir uma peça em que uma dançarina, vestida com uma máscara de cavalo, simula movimentos de galope com conotação sexual ao som de um funk cujo trecho da letra diz ‘galopa, galopa, depois senta e rebola‘.

Logo no início da apresentação, outro integrante do grupo, sentado, põe a cabeça entre as pernas da dançarina. Tudo isso sendo oferecido a indefesas crianças do ensino público do Rio de Janeiro.

Diante da repercussão negativa, a Secretaria Municipal da Educação abriu uma sindicância para investigar o caso, e diretores de quatro escolas municipais do Rio foram afastados.

Depois da porteira aberta, as apresentações do grupo foram proibidas.

O prefeito da cidade, Eduardo Paes, correu às redes sociais para mostrar indignação e prometeu endurecer o controle sobre o que é apresentado para as crianças. O problema, nesse caso, é que o estrago já foi feito.

A facilidade de gravar vídeos, hoje em dia, e a popularidade das redes sociais na hora de divulgá-los, ajudam a escancarar um pouco da irresponsabilidade que é cometida, Brasil afora, contra nossos cidadãos.

Quanto do dinheiro público é gasto patrocinando projetos que mais causam prejuízo do que benefício à população?

É necessário vigiar sempre e cobrar que nossos impostos sejam bem utilizados.

Isso também faz parte do nosso papel na sociedade.