Que venham as férias escolares
O ideal é que as crianças sejam bem orientadas e sempre acompanhadas de perto por adultos responsáveis
As férias escolares estão chegando. O início do verão também está próximo. Milhões de crianças em todo o Brasil vão ter tempo livre para se divertir e brincar. E não é pouco tempo não, são quase dois meses em casa, longe dos bancos escolares e das obrigações diárias.
É um período para atividades ao ar livre, ver os amigos e parentes e botar a conversa em dia. Só que é nessa época também que surge uma série de riscos e nem sempre os pais estão preparados para evitá-los. Com o calor é muito importante tomar cuidado com as atividades em piscinas, no mar, em lagos e rios. Basta um simples descuido para que acidentes graves ocorram. O número de afogamentos aumenta muito no verão. A imprudência quase sempre é a principal causadora desse tipo de tragédia. O ideal é que as crianças sejam bem orientadas e sempre acompanhadas de perto por adultos responsáveis.
Soltar pipas é outra brincadeira muito comum nas férias. São horas e horas preparando-as para voar o mais alto possível. É bonito ver a pipa sumindo no céu ao sabor do vento. O problema é que essa atividade também esconde muitos perigos.
É preciso tomar cuidado com os fios e cabos elétricos, com os raios e com acidentes de trânsito. Estar atento a tudo isso é vital para garantir uma brincadeira sadia. Sempre é bom lembrar que o uso de cerol é crime e pode fazer vítimas inocentes num mero descuido. O prazer de batalhar contra outras pipas no ar ou de “roubar” o brinquedo do adversário não pode ser justificativa para colocar em risco uma vida humana.
A preocupação com acidentes dessa natureza é tão grande que a Câmara dos Deputados, em Brasília, aprovou na terça-feira, 5, regime de urgência ao projeto de lei que proíbe a utilização de cerol ou produto semelhante em fios ou linhas de pipas ou papagaios. Com a urgência aprovada, o texto da proposta pode ser colocado na pauta de votação do plenário a qualquer momento.
O projeto de lei, de autoria da ex-deputada Nilda Gondim, considera cerol “a mistura de pó de vidro ou material análogo (moído ou triturado) com a adição de cola de madeira ou outra substância glutinosa, passada na linha de ‘pipa ou papagaio’ para torná-la aguda e cortante”. A iniciativa, que vem em boa hora, tem por objetivo evitar acidentes, pois o material cortante “é capaz de provocar lesões, mutilações ou pior ainda, causar a morte”. Os motociclistas e os ciclistas são os mais vulneráveis nesse tipo de acidente. Eles cruzam as ruas e avenidas em velocidade e nem sempre conseguem avistar o perigo. A linha cortante acaba atingindo o pescoço e provocando lesões graves e até a marte. O jornal Cruzeiro do Sul, nos últimos anos, registrou em suas páginas vários casos dessa natureza. Só que os alertas foram insuficientes para conter a prática temerária do uso do cerol.
O texto que deve ser votado brevemente na Câmara prevê penas de acordo ao determinado na legislação penal brasileira para os infratores e é um reforço na luta contra esse tipo de prática.
Aproveitar as férias escolares é direito de toda a criança. Recarregar as energias para o ano novo, cheio de desafios, é o melhor caminho para uma infância saudável e produtiva. Basta, para isso, seguir as regras básicas de cuidado e de convivência evitando que um momento de alegria e diversão se transforme num pesadelo para toda a família.