Investimento não cai do céu
Setores de serviços, imobiliário, educação e saúde, só para citar alguns, serão beneficiados com o giro da economia
Os R$ 11 bilhões em investimentos da Toyota nas plantas industriais de Sorocaba e Porto Feliz, oficializados na terça-feira (5), certamente representarão ganhos para vários outros setores da economia local e regional. Todo esse recurso deverá ser aplicado até 2030, gerando, somente pela montadora, dois mil novos empregos. Os setores de serviços, imobiliário, educação e saúde, só para citar alguns, serão beneficiados com o giro da economia.
Para o governo estadual, o desenvolvimento econômico de São Paulo ganhou um importante reforço. Segundo o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que participou do anúncio dos novos projetos da montadora japonesa em Sorocaba, os aportes do setor automotivo refletem a confiança do capital privado nas políticas paulistas de apoio à industrialização e ao empreendedorismo. “É o maior investimento anunciado pela empresa, que está no País desde 1958”, enfatizou o governador.
Todo esse aporte foi milimetricamente estudado, em cada detalhe. A ação governamental, tanto na esfera estadual quanto federal, foram determinantes para a viabilização do investimento da Toyota em Sorocaba.
A participação do governo paulista foi fundamental. Diz Tarcísio de Freitas que o parcelamento da devolução de créditos acumulados do ICMS foi decisivo para permitir o amortecimento dos investimentos em bens de capital. “A Toyota precisava aprovar o investimento na matriz, mas tinha um volume de crédito acumulado muito grande. Liberamos R$ 1 bilhão em créditos do ICMS para facilitar esse investimento”, revelou o governador paulista.
Houve uma grande negociação para a liberação desse grande investimento em Sorocaba e Porto Feliz. O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Jorge Lima, foi a Tóquio, em outubro do ano passado, para reuniões com executivos da Toyota. “A confiança da Toyota foi fundamental para o sucesso da missão que fizemos a Tóquio e que evitou que esse investimento fosse para outro país (México). Certamente, o investimento trará um importante impacto no desenvolvimento econômico de toda a região. Agradeço também ao secretário estadual de Fazenda e Planejamento, Samuel Kinoshita, pela parceria e busca de soluções que viabilizassem o investimento e, principalmente, ao governador Tarcísio de Freitas, pelo apoio irrestrito e liderança total de todo o processo”, disse Jorge Lima.
Já o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, citou os programas Mobilidade Verde e Inovação (Mover) e Combustível do Futuro. O Mover amplia as exigências de sustentabilidade da frota automotiva e, por meio de incentivos fiscais, estimula a produção de novas tecnologias nas áreas de mobilidade e logística. Por sua vez, o programa Combustível do Futuro tem um conjunto de iniciativas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e estimular o uso e produção de biocombustíveis no Brasil. Alckmin também citou o aumento do imposto de importação de carro elétrico. “Ou monta a fábrica aqui e traz emprego ou vai ter imposto de importação. Essa nova configuração tributária faz toda a diferença”, enfatizou o vice-presidente.
De acordo com a Toyota, o plano de expansão anunciado privilegia a ampliação da produção de veículos e motores, com introdução de novos produtos híbridos flex. Os novos investimentos viabilizarão a expansão do parque fabril instalado em Sorocaba e Porto Feliz, que atualmente funciona a plena capacidade. O montante de R$ 5 bilhões já está confirmado até 2026 e inclui a fabricação de um novo veículo compacto híbrido flex, com início de montagem para o ano que vem. A produção de outro modelo híbrido flex, desenvolvido especialmente para o mercado brasileiro, também está nos planos da Toyota até 2030.
A verdade é que sem a ajuda governamental, Sorocaba e a Região Metropolitana corriam o risco de ficar sem os R$ 11 bilhões. Vale destacar que a Toyota de Porto Feliz -- que fabrica motores -- também será ampliada. A montadora decidiu que é aqui, na nossa região, que quer crescer de olho no mercado mundial.