Os 10 anos do 7 a 1 sem ensinamentos
Nesta segunda-feira, 8 de julho, completou-se dez anos do vexame do 7 a 1. Falamos do jogo Brasil x Alemanha pelas semifinais da Copa do Mundo de 2014, disputada em solo brasileiro. Tendo Luiz Felipe Scolari, o Felipão, como técnico, aquele fim de tarde de terça-feira — com o País totalmente parado e o estádio Governador Magalhães Pinto, mais conhecido como Mineirão, localizado em Belo Horizonte, a capital de Minas Gerais, completamente lotado, o torcedor brasileiro teve que assistir calado e chorando a humilhação imposta pelos alemães.
Naquele dia, com Neymar machucado, o Brasil jogou com: Júlio César; Maicon, David Luiz, Dante e Marcelo; Luiz Gustavo e Fernandinho (Paulinho); Bernard, Oscar e Hulk (Ramires); Fred (Willian). Foi um desastre.
Na Copa seguinte, em 2018, na Rússia, a seleção brasileira foi eliminada pela Bélgica nas quartas de final por 2 a 1. Em 2022, na Copa do Catar, o Brasil foi eliminado pela Croácia, nos pênaltis, após empate no tempo normal em 1 a 1. Nas duas ocasiões, o comando foi do técnico Tite.
Dez anos depois — e dois novos fracassos, o brasileiro que gosta de futebol, assistiu a outro vexame da seleção. No sábado, jogando pela Copa América, nos Estados Unidos, o Brasil foi eliminado pelo Uruguai em cobranças de penalidades máximas. Nessa competição, sob o comando de Dorival Jr., os brasileiros jogaram quatro vezes, com três empates e somente uma vitória, em cima do Paraguai. Resumo: Esperava que o 7 a 1 trouxesse algum aprendizado aos dirigentes da seleção e também aos jogadores. Mas, nada foi aprendido.
Ontem, para contrapor a triste memória da data, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) publicou um vídeo motivacional nas redes sociais, frisando que a seleção brasileira masculina vai se reerguer. A entidade ponderou que perder faz parte da história da seleção, mesmo sendo a mais vezes campeã do mundo. O raciocínio se baseia na matemática para afirmar que, em uma Copa, apenas um país ganha, enquanto outros 31 perdem, e que, nesse sentido, o Brasil conquistou o mundo cinco vezes, mas perdeu em outras 17.
O vídeo destaca que o Brasil vai se reerguer e crava: “Já decretaram nosso fim mais de uma vez e a gente voltou a mostrar quem manda”. A CBF recuperou fotografias e recortes de jornais antigos e reforçou o novo slogan, o do “Brasil com S”, para ressaltar que a seleção segue no jogo. A publicação, que vem após a eliminação nos pênaltis para o Uruguai nas quartas de final da Copa América, foi feita em resposta às críticas ao futebol praticado atualmente pela seleção.
É fato que o Brasil não vence uma Copa do Mundo há mais de 20 anos e vive um jejum de cinco anos sem título. O último foi o da Copa América de 2019. Nesse período, a Seleção Olímpica conquistou o ouro nos Jogos Olímpicos de 2020. E só.
Mas, o que mais irrita o torcedor é a sensação de que o jogador não se importa tanto com o resultado do jogo e se o Brasil ganha ou perde. É fato que sua conta bancária não se abala e, após uma eliminação, como a de sábado, a maioria volta para a sua casa, geralmente uma mansão na Europa ou em qualquer outro lugar do mundo, menos aqui no Brasil. Aliás, ao que parece, dinheiro e interesses movem mais a escalação do que realmente a qualidade técnica do jogador no dia do jogo. A escalação do Endrick como titular da seleção brasileira na partida deste sábado diante do Uruguai, pela Copa América, rendeu ao Palmeiras mais 1,25 milhão de euros (R$ 7,3 milhões) em bônus. Desta maneira, ele cumpriu as seis metas previstas como jogador do Verdão, que totalizaram 12,5 milhões de euros (cerca de R$ 73 milhões).
O futebol é, sem dúvida nenhuma, uma das grandes paixões dos brasileiros e são os torcedores quem mais sofrem. Alguns não medem esforços para acompanhar o seu time de coração. O torcedor do Grêmio, por exemplo, canta: “Até a pé nós iremos. Para o que der e vier. Mas o certo é que nós estaremos. Com o Grêmio onde o Grêmio estiver”. Hoje, o time gaúcho está na Z4 do Brasileirão junto com Corinthians, Atlético (GO) e Fluminense.