Eleitor manda recado
A maioria da população considera importante votar para prefeito e vereador nas eleições de outubro. É o que revela a 16ª edição da pesquisa Observatório Febraban, mantido pela Federação Brasileira de Bancos. O levantamento, realizado pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) entre os dias 4 e 10 de julho ouviu a opinião de 3 mil pessoas nas cinco regiões do País a praticamente três meses das eleições municipais, considerada a mais importante para o cidadão, uma vez que todas as coisas básicas de que precisa estão no município e, se o município vai bem, o cidadão também vai.
Segundo a pesquisa, 68% das pessoas ouvidas têm muito interesse pelas eleições municipais; 33% têm interesse. Para 93% da população, a escolha do prefeito é considerada importante e para 79% a eleição dos vereadores, os futuros componentes das câmaras municipais, deve ser levada a sério. A escolha dos vereadores é muito importante para 36% dos entrevistados e importante para 43% deles. Essa percepção é muito significativa e torna o pleito de outubro ainda mais relevante.
Nos próximos dias, uma vez definidas as candidaturas, começa de fato a corrida eleitoral.
De acordo com o calendário eleitoral, dia 16 de agosto será dada a largada da propaganda eleitoral geral. É quando os candidatos(as) a prefeito(a) e a vereador(a) mostram a sua cara e suas propostas de maneira mais incisiva.
Até lá, qualquer publicidade ou manifestação com pedido explícito de voto é passível de multa. Nessa data, 16 de agosto, também é o último dia para os tribunais regionais eleitorais listarem as emissoras que transmitirão a propaganda eleitoral gratuita de candidatas e candidatos de municípios onde não há emissoras de rádio e TV. A exibição da propaganda no horário eleitoral gratuito em rádio e TV vai de 30 de agosto a 3 de outubro. A contagem é feita considerando-se os 35 dias anteriores à antevéspera do 1º turno, e em municípios onde haverá 2º turno, a propaganda em rádio e TV ocorrerá de 11 a 25 de outubro.
E, pelo jeito, os eleitores não pretendem passar a mão na cabeça de quem decida fazer uma campanha política baseada nas inverdades. A pesquisa Observatório Febraban revelou que 88% dos brasileiros são favoráveis à punição dos candidatos que usam ou se beneficiam de notícias falsas durante as eleições. A punição mais defendida, para 52% das pessoas ouvidas, é a impugnação da candidatura; 14% defendem multa em dinheiro; 12% defendem suspensão da campanha eleitoral por um período; 10% consideram que a propaganda eleitoral deve ser suspensa por completo e 3% indicaram apenas uma repreensão pública. Segundo a pesquisa, as notícias falsas ou fake news são um dos temas que mais chamam atenção no período eleitoral e 73% da população quer punições severas a quem se aproveitar dessa prática.
Importante, portanto, que essa vontade popular mostrada no levantamento realizado pelo Ipespe chegue às autoridades que comandam o processo eleitoral brasileiro, já que a pesquisa buscou investigar o pensamento dos brasileiros sobre o grau de envolvimento nas campanhas eleitorais. Considerando o início das campanhas, a pesquisa apontou que o desempenho das candidatas e candidatos na campanha eleitoral e nos debates interfere para a escolha de 17% dos eleitores ouvidos. Para 43% dos entrevistados, as propostas apresentadas são determinantes na hora do voto e para 29% a experiência administrativa conta de maneira favorável aos eleitores. Para 29% dos pesquisados, a decisão de voto vai acontecer na reta final da campanha, depois do último debate. Para 9%, isso acontecerá no dia da eleição.
Espera-se que os candidatos(as) aprendam sobre a vontade do eleitor e, se eleitos, possam viabilizar esses anseios. Para 55% dos entrevistados, a saúde pública é a área que deveria ser prioridade para os futuros prefeitos e prefeitas. Em segundo lugar, com 10% das respostas, está o núcleo emprego, renda e educação. Para 9% das pessoas ouvidas, a segurança pública deve ser prioridade. Com 3% das respostas, a prioridade deveria focar no trânsito, no transporte público e combate à corrupção.