Sarampo coloca São Paulo em alerta
A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo emitiu um alerta epidemiológico, na terça-feira (29), para a vacinação contra o sarampo no Estado. O aviso do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) do órgão foi publicado após confirmação, pela Prefeitura de São Paulo, de registro de dois casos da doença em outubro, bem quando o Brasil está próximo de retomar o “status de livre da doença”, que ocorre após mais de dois anos sem registro de casos transmitidos localmente.
Segundo a SES paulista, a detecção do vírus no Estado é um alerta à população sobre o risco de transmissão local e de disseminação. “Ao viajante que retorna, deve manter a atenção ao aparecimento de sintomas em até 21 dias. Caso apresente febre e vermelhidão na pele, evite o contato com outras pessoas, até ser avaliado por um profissional da saúde”, informa a diretora do Centro de Vigilância Epidemiológica, Tatiana Lang, em nota oficial emitida.
Os pacientes paulistanos são um homem de 37 anos e uma mulher de 35 anos que viajaram recentemente ao exterior. Segundo a Secretaria Municipal da Saúde da cidade de São Paulo, os dois são residentes no distrito administrativo Cidade Ademar, na zona sul, com histórico de viagem à Europa. Ambos passam bem, sem necessidade de internação. Não há casos secundários relacionados a esses dois importados. A vacinação contra o sarampo na região de Santo Amaro foi intensificada e foram realizadas ações de imunização preventiva nos quatro quarteirões da residência e em outros pontos frequentados pelo casal na última semana.
O sarampo é uma doença viral, altamente transmissível, que pode ter uma apresentação grave que pode deixar sequelas por toda a vida ou causar a morte.
As principais complicações variam de acordo com as fases da vida do paciente, como: crianças (pneumonia; infecções de ouvido; encefalite aguda — inflamação no encéfalo, parte do sistema nervoso dentro do crânio); e morte. Em adultos, pode causar pneumonia e nas gestantes, pode provocar o parto prematuro.
A transmissão ocorre pela tosse, fala, espirro ou pela aspersão de gotículas de saliva de uma pessoa doente. A vacinação é a maneira mais efetiva de evitar a infecção. Os principais sintomas do sarampo são manchas vermelhas no corpo e febre alta (acima de 38,5º) acompanhada de um ou mais dos seguintes sintomas: tosse seca; irritação nos olhos (conjuntivite); nariz escorrendo ou entupido.
O sarampo não tem tratamento específico. Os medicamentos são utilizados para reduzir o desconforto provocado pelos sintomas da doença. Sob orientação médica, podem ser prescritos medicamentos para febre, hidratação oral, terapia nutricional com incentivo ao aleitamento materno e higiene adequada dos olhos, da pele e das vias aéreas superiores. As complicações bacterianas do sarampo devem ser tratadas especificamente.
A única forma de prevenir o sarampo é por meio da vacinação. As vacinas são ofertadas nas milhares de salas de vacinação disponíveis nos postos de saúde do Sistema Único de Saúde em todo o País, sendo gratuitas e seguras.
Segundo o Ministério da Saúde, a cobertura para a doença, através da vacina tríplice viral, tem esquema vacinal de duas doses para pessoas de 12 meses até 29 anos de idade e uma dose para adultos de 30 a 59 anos. O imunizante protege contra o sarampo, a caxumba e a rubéola e teve aumento da cobertura da primeira dose, de 80,7% em 2022 para 87% em 2023.
O último caso autóctone de sarampo (transmitido no País) foi há dois anos, no Amapá. A vacina é recomendada a todas as pessoas entre 12 meses e 59 anos e o alerta indica que adolescentes e adultos não vacinados ou com esquema incompleto devem iniciar ou completar o esquema vacinal.
Em outubro, o Governo de SP lançou uma campanha para esclarecer dúvidas sobre a vacinação que pode ser consultada no site www.vacina100duvidas.sp.gov.br/, que oferece respostas simples sobre as vacinas disponíveis e o calendário vacinal.