Crimes no ambiente virtual

Por Cruzeiro do Sul

Pesquisa realizada pelo Datafolha e divulgada em agosto revelou que, a cada hora, mais de quatro mil brasileiros são alvos de alguma tentativa de golpe financeiro por meio de aplicativo de mensagem ou de ligações telefônicas. A abordagem é feita por meio de ligação ou por mensagem. É uma triste realidade. Há verdadeiras centrais do crime “trabalhando” contra as pessoas de bem. Há até mesmo golpistas agindo de dentro de unidades prisionais. Afinal, tempo [e lábia] para enganar os incautos não falta.

Entre os vários tipos de crimes virtuais, os mais comuns são a fraude cibernética imprópria, fraude financeira, roubo de identidade, phishing (roubo de dados por e-mail), invasão de dispositivos, agressão cibernética, propagação de vírus e malware e sextorsão (chantagem de fotos ou vídeos privados).

O combate a esse tipo de crime tem sido um enorme desafio às autoridades da segurança pública. Nesse sentido, o Governo de São Paulo instituiu ontem (29) — por meio de decreto assinado pelo governador Tarcísio de Freitas — o Núcleo de Observação e Análise Digital (Noad). O grupo, ligado à Secretaria de Segurança Pública, vai identificar crimes no ambiente virtual, em plataformas como o Telegram e o Discord. Com as investigações, o Noad já realizou sua primeira operação contra um grupo investigado por pedofilia, estupros virtuais e ataques a escolas.

O Noad é formado por agentes das polícias Civil, Militar e Técnico-Científica. Suas investigações vão servir para identificar criminosos que agem no ambiente virtual, seja em ações do crime organizado, ou no aliciamento de crianças e adolescentes. O novo núcleo também vai monitorar grupos que planejam ataques a escolas.

O secretário de Segurança Pública paulista, Guilherme Derrite, disse que a criação deste núcleo é uma necessidade do mundo atual. “Muitos criminosos têm migrado para o ambiente digital, onde têm a ilusão da impunidade proporcionada pelo suposto anonimato da internet. Mas nossas polícias estão em alerta para impedir a proliferação desses criminosos virtuais, cujas ações têm consequências terríveis nas vidas dessas vítimas”, enfatizou Derrite.

Após identificar os envolvidos, o núcleo elabora relatórios detalhados que vão embasar as operações policiais para o cumprimento dos mandados contra crimes no ambiente virtual. O órgão está subordinado ao Centro Integrado de Inteligência de Segurança Pública do Estado de São Paulo.

Outra atribuição do Noad é fortalecer a cooperação com outros Estados e com o governo federal em ações contra as infrações monitoradas. Ontem, a Polícia Civil de São Paulo deflagrou a Operação Nix, nos estados de São Paulo, Distrito Federal, Pernambuco, Bahia e Minas Gerais. A operação prendeu envolvidos em uma organização criminosa investigada por uma série de crimes contra menores de idade, como pedofilia e estupros virtuais.

Com o avanço das ferramentas tecnológicas e a inclusão digital, diversos criminosos começaram a praticar delitos e roubar dados pessoais. Assim, a delegacia de cibercrimes exerce um importante papel na sociedade, pois ajuda no combate de crimes realizados com ambiente on-line.

Dessa forma, as delegacias são responsáveis por investigar crimes cometidos através da internet e outros meios eletrônicos como estelionato, invasão de sistemas, roubo de identidade, disseminação de malware, entre outros.

É isso o que se espera da segurança pública. Estar atento às “novidades” do crime e, se possível, estar, sempre, um passo à frente.

No Brasil, há diversas delegacias especializadas em investigar crimes virtuais. Cada Estado pode ter sua própria unidade ou departamento responsável por essa área, mas é a Polícia Federal a principal órgão responsável por investigar crimes cibernéticos no Brasil.

As delegacias de crimes cibernéticos desempenham um papel crucial na proteção da sociedade contra ameaças digitais. Elas são formadas por agentes treinados em tecnologia da informação e técnicas específicas de investigação digital.

Elas utilizam ferramentas e softwares especializados para rastrear e analisar atividades ilícitas na internet. Sendo assim, são capazes de investigar rapidamente crimes como fraudes on-line, roubo de identidade, hacking, phishing e disseminação de malware.

Desse modo, as delegacias de crimes cibernéticos são essenciais para manter a segurança no ambiente digital, proteger os direitos dos cidadãos e garantir que os criminosos sejam responsabilizados por suas ações.