O combate aos pancadões
No último final de semana, uma operação da Polícia Militar denominada Paz e Proteção atacou mais uma vez um problema que está se espalhando por todas as regiões da cidade e tirando o sossego dos moradores, os pancadões.
De acordo com informações da PM, a fiscalização foi realizada em 11 pontos diferentes de Sorocaba, de sexta-feira a domingo, e entre os bairros fiscalizados estão o Parque das Paineiras, Vitória Régia, Ipiranga, Vila Colorau, Vila Zacarias, Vila João Romão, Vila Sabiá, Jardim Nova Esperança e a região central.
A operação foi de grandes dimensões.
Nada menos que 48 veículos foram guinchados por apresentar irregularidades ou por estar com o som muito alto e três pessoas foram presas, entre elas dois foragidos da Justiça.
O terceiro preso estava pilotando uma moto furtada e foi autuado por receptação.
Também foram aplicados 41 autos de infração de trânsito.
Em meados de agosto, a PM realizou outra operação Paz e Proteção percorrendo nada menos que 40 pontos da cidade. Ao todo cinco pessoas foram presas e 82 veículos foram guinchados por apresentarem irregularidades.
Também foram emitidas 160 multas de trânsito.
Os pancadões estavam sendo realizados nas regiões oeste, sul e norte da cidade.
A realização desses encontros regados a álcool e drogas não é recente e muito menos obedeceu à quarentena.
No mês de junho, quando Sorocaba vivia a fase mais restritiva de isolamento social por conta do coronavírus, a polícia e a GCM atenderam a uma denúncia feita pelo Ministério Público e chegaram a um pancadão clandestino que era realizado em uma chácara reunindo mais de mil pessoas.
A distribuição de bebidas alcoólicas e drogas era farta e ninguém usava máscaras protetivas e muito menos outros dispositivos recomendados no combate à pandemia.
A realização de operações desse tipo, felizmente tem se tornado rotina em Sorocaba, onde os pancadões passaram a ser realizados em várias regiões, mesmo em tempos de pandemia em que é sempre recomendável o distanciamento social e medidas de higiene para conter a proliferação do vírus.
Como sempre, esses encontros não obedecem qualquer protocolo sanitário e há consumo indiscriminado de bebidas alcoólicas, inclusive por menores de idade, e uso de todo tipo de drogas.
Na semana passada, equipes da Guarda Civil Municipal detiveram em Sorocaba quatro pessoas com uma grande quantidade de substâncias entorpecentes.
Em uma sequência de apreensões foram apreendidas aproximadamente 6.500 porções de maconha, crack e cocaína que seriam comercializadas durante os pancadões do final de semana, uma mostra da quantidade de drogas que são consumidas nesses encontros todos os finais de semana.
O número de reclamações contra esses pancadões não para de crescer.
Os eventos improvisados atrapalham o sono dos moradores com o som muito acima do tolerável, interrompem o trânsito de veículos nas vias, impedindo até os moradores de guardarem seus carros na garagem, e ainda deixam muita sujeira espalhada, com copos, garrafas, latas e todo tipo de embalagem nesses locais.
Hoje, quem realiza pancadões já comete várias infrações, como mostram as prisões, apreensões de veículos e multas.
Mas está sendo elaborada uma lei municipal específica para esses casos.
No último dia 13 de agosto, a Câmara de Vereadores de Sorocaba aprovou por unanimidade, em primeira discussão, o projeto de lei que proíbe os pancadões em vias públicas, praças, parques, pistas de caminhada, jardins e demais áreas públicas.
O projeto também prevê a extensão da medida a postos de combustíveis e estacionamentos.
Entre as penalidades previstas no projeto que tramita na Câmara estão a apreensão de veículos e dos equipamentos de som e ainda a aplicação de multa de até R$ 2 mil.
A iniciativa teve parecer de constitucionalidade de todas as comissões do Legislativo.
A justificativa para a elaboração do projeto é que ele provoca aglomerações indesejadas durante o combate à pandemia.
O volume do som em alto volume atrapalha a vida dos moradores de todo bairro; ocorrem algazarras, atos de vandalismo, além do consumo de drogas e bebidas alcoólicas.
O projeto de lei, caso aprovado e sancionado pelo Executivo, será mais um instrumento de combate a esse tipo de encontro que ocorre à noite e durante a madrugada levando muita intranquilidade aos bairros da cidade.
Sem contar que essas reuniões se tornaram um excelente mercado para os traficantes de todo tipo de drogas.