Sorocaba a Iperó: 24 quilômetros de estrada ruim
Os motoristas que trafegam pela estrada vicinal Sorocaba-Iperó reclamam das más condições do asfalto, de buracos, da falta de sinalização em alguns trechos, de placas encobertas pelo mato e da falta de acostamento, entre outros problemas. São cerca de 24 quilômetros de estrada vicinal, com intenso tráfego diário (incluindo treminhões, ônibus, carros e motos) e até pedestres que se arriscam andando pela pista. Os acidentes são frequentes e seria necessário fazer a duplicação da via ou, no mínimo, o acostamento.
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A administração das estradas vicinais é das prefeituras dos municípios de Iperó e Sorocaba. A Prefeitura de Iperó afirma que realiza manutenções, como a operação Tapa Buracos, roçagem e limpeza constantemente, e que a última manutenção feita na estrada foi em dezembro de 2018. “Já a próxima manutenção está programada para essa semana, conforme o cronograma da Secretaria de Transportes e Serviços Municipais”, diz o município.
Em relação às placas, a Prefeitura afirma que procura repô-las com frequência. “Porém, temos problemas com vandalismos (...) Recentemente fizemos um levantamento das placas verticais faltantes, principalmente em lombadas, que já estão sendo providenciadas. Importante destacar ainda que a situação da estrada constantemente é objeto de pleitos do Poder Público para que passe por melhoramentos, especialmente, considerando o alto custo envolvido na execução de obras (estimado entre 12 e 20 milhões de reais, conforme tipo de obra). O pedido de auxílio para custeio nas obras visando a execução de acostamento, duplicação da vicinal ou implantação de terceira faixa foi realizado verbalmente e por escrito ao Presidente da República e ao Ministro de Transportes, Portos e Aviação Civil no final de agosto de 2018”, diz.
A Prefeitura de Iperó afirma ainda que a estrada vicinal Sorocaba/Iperó tem 24 quilômetros de extensão, dos quais 19 nos limites de Iperó e 5 pertencem a Sorocaba. A Prefeitura de Sorocaba também foi questionada a respeito e disse que o trecho da estrada vicinal que é de responsabilidade do município é até a Vila Bom Jesus, mas não informou o km. “Foi realizado pela Secretaria de Obras uma operação “Tapa Buraco” em janeiro no local. A Urbes atua em duas frentes para viabilizar melhorias: empréstimo Via Fonplata/NBD ou medidas parlamentares para o projeto de requalfiicação de vias”, disse em nota.
Asfalto ruim e placas escondidas prejudicam o tráfego
A equipe de reportagem do Cruzeiro do Sul percorreu quase metade dos 22 quilômetros da estrada que liga Sorocaba a Iperó. Durante o trajeto, foi fácil comprovar as reclamações dos motoristas -- além do tráfego de veículos pesados na pista, há pedestres que arriscam a vida caminhando pela via, já que não existe acostamento. Parte das placas de sinalização, quando existem, estão encobertas pelo mato, dificultando a visualização pelos motoristas.
A sinalização de quilometragem da pista também é praticamente inexistente
Em alguns trechos estes têm que desviar dos buracos e invadir a pista contrário ou o mato. A sinalização de quilometragem da pista também é praticamente inexistente. No trecho percorrido pela reportagem só uma placa azul marcando o km 20 foi localizada - o correto seria haver a placa indicativa de quilometragem a cada um quilômetro. E em outros trechos há pontos em que o asfalto está irregular e praticamente se desfazendo. Com diversos problemas, a estrada é um perigo para os motoristas e os acidentes são frequentes no local, embora a Polícia Rodoviária não tenha dados sobre a quantidade de ocorrências na via.
'Essa estrada é muito ruim'
Quem passa com frequência pela estrada reclama da falta de segurança e de manutenção. A cuidadora de idosos, Ariane Marinho, 44 anos, mora em um bairro à beira da estrada e acredita que em alguns trechos seria necessário a instalação de radares para diminuir a velocidade dos veículos e evitar mais acidentes, constantes na via. Ela afirma ainda que na estrada existem pontos para as crianças pegarem o transporte escolar, nos quais elas precisam atravessar a pista. “Não tem uma faixa de pedestre na estrada nos locais onde o ônibus do transporte escolar para, mas deveria ter”, reclama.
Ariane disse ainda que já teve o pneu do carro furado quando estava trafegando pela estrada e como não há acostamento, parou o veículo quase em cima da pista. “É um perigo. E numa situação dessa a gente tem que parar o carro para trocar o pneu, mas sem acostamento como você vai fazer isso com segurança?”, questiona. Ela disse ainda que há três anos usa a estrada e nunca viu melhorias sendo feitas na via. “A gente só vê fazer a roçagem do mato de vez em quando e mais nada”, diz.
Já a aposentada Nádia Maria Gaen, que mora em Sorocaba e tem uma chácara em Iperó, afirma que a estrada precisa ser duplicada e ter acostamento. “Atualmente as condições da estrada não estão tão ruins, mas para melhorar precisa ser duplicada e ter pelo menos acostamento”, diz. Ela afirma que há 10 anos passa pela estrada e nesse tempo todo também só viu fazer a roçagem do mato.
O motorista Alessandro Menezes da Silva, 35 anos, disse que passa pela estrada pelo menos duas vezes por semana e que as condições da pista são muito ruins. “Não tem acostamento, pouca sinalização, buracos na pista, é uma estrada bem perigosa. Eu saio da rodovia Castelo Branco, por exemplo, e depois pego essa estrada e aí você nota uma grande diferença. Essa estrada é muito ruim”, afirma. (Ana Cláudia Martins)