A voz e a força das mulheres da região de Sorocaba

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As participantes da campanha: em pé, da esquerda para a direita, Salete, Regina, Tainá, Rosana e Maria Conceição. Sentadas: Gisele e Edinalva. Crédito da foto: Divulgação / Rede Bom Lugar

As participantes da campanha: em pé, da esquerda para a direita, Salete, Regina, Tainá, Rosana e Maria Conceição. Sentadas: Gisele e Edinalva. Crédito da foto: Divulgação / Rede Bom Lugar

Em comemoração ao Dia da Mulher, celebrado neste domingo, 8 de março, a Rede Bom Lugar lança a campanha “Para as mulheres mais poderosas do mundo”, que pretende representar as mulheres por meio da coleta de depoimentos de clientes e colaboradoras de toda a Região Metropolitana de Sorocaba (RMS), com o objetivo de homenagear e reconhecer a força feminina, sem classificação social, banindo quaisquer padrões e estereótipos.

De acordo com o psicólogo Isaque Moreira, atualmente, as formas mais influentes para a disseminação de um padrão de beleza são os meios televisivos e as redes sociais. A sociedade consome produtos e conteúdos, os quais buscam influenciar no que deve ser um padrão de belo.

O Instituto Patrícia Galvão, uma organização feminista de referência nos campos dos direitos das mulheres e da comunicação, realizou um estudo no qual comprova que 65% das mulheres brasileiras não se sentem representadas nas propagandas e publicidades. “O padrão de beleza pode não contribuir de forma primária para que sejamos uma sociedade ansiosa, entretanto, acredito que a influência é intensa e isso acarreta diversas reações nas pessoas. O que pode levar as mesmas a desenvolverem transtornos alimentares, sofrimento por não pertencer ao grupo ditado pela mídia de belo. Em casos extremos, a busca pela beleza utópica leva muitos a adoecerem”, explica Moreira.

Participam da campanha da Rede Bom Lugar 14 mulheres: Maria Conceição M. de Araújo, Regina Petti Pinto, Vanessa Adriana Silva Santos, Maria José Marques da Silva, conhecida como Selma, Nelma Dornellas, Neysa Maria Bueno, Railda Salles, Renata Lilian de Paula Nakazawa, Sandra da Silva Ribeiro Godinho, Gisele Ruivo Marchetti, Edinalva Pinheiro dos Santos, Salete de Fátima Faustino, Rosana Benedita dos Santos e Tainá Soares da Rocha.

“As mulheres são poderosas pelas escolhas que fazem. São poderosas ao escolher cuidar dos filhos, são poderosas ao escolher ter uma carreira profissional, são poderosas por estarem sempre buscando romper barreiras que a sociedade impõe. E o mais importante para todos nós, homens e mulheres, é saber que poder é o que você é”, comenta Fernanda Cechetti, gerente do Centro de Distribuição da Rede Bom Lugar.

Gratidão por ser mulher

A campanha já teve início. Algumas participantes divulgaram seu depoimento sobre o significado de ser mulher. Confira:

Gisele Ruivo Marchetti: “Nós mulheres passamos por muitas superações. A mulher é o símbolo do sonho, um ser muito especial”.

Edinalva Pinheiro dos Santos: “Eu vim do sítio, trabalhei muito na roça, serviço pesado, mas eu venci. Hoje em dia a mulher está dominando o mundo, tem até mulher piloto de avião! Parabéns a todas nós”.

Salete de Fátima Faustino: “Eu tinha vontade de trabalhar, mas meu esposo não permitia. Naquele tempo a mulher tinha que cuidar dos filhos, da casa e do marido. Eu queria comprar um batom ou um rouge, e não tinha dinheiro. Então, sem ele saber eu comecei a cortar cabelo, a furar orelhas, apesar de não ter conhecimento nenhum, eu era muito cuidadosa, as mulheres saiam bonitas da minha casa”.

Rosana Benedita dos Santos: “No meu tempo tive que parar com meus estudos para ajudar em casa, trabalho desde os 11 anos. Eu gostava muito de jogar bola, fui muito criticada, me chamavam de machinho. Mas eu joguei viu, fui uma jogadora”.

Tainá Soares da Rocha: “O fato de ser gordinha, sempre fez com que as pessoas me olhassem muito diferente, é bem difícil. O poder é você conseguir acreditar em você, naquilo que sente e não ter vergonha de ser você mesma. As diferenças são bonitas e interessantes”.

Regina Petti Pinto: “Eu sempre fui doméstica, desde meus 12 anos trabalho em casa de família, comecei como babá, depois cuidando da casa até eu me aposentar. Na minha época, os pais eram muito enérgicos, diziam que mulher não precisava estudar. Hoje as mulheres têm mais liberdade, trabalham, viajam, dirigem, abrem comércio, está melhor do que a minha época.”

Maria Conceição M. de Araújo: “Minha mãe ficou viúva com 40 anos e tinha seis filhos, foi muito difícil. Eu trabalho desde os meus 14 anos, trabalhei numa fábrica de borracha na qual só havia homens, depois na Shell do Brasil, na qual também só trabalhavam homens. Por isso eu fui um destaque e sempre muito bem respeitada.” (Da Redação, com informações da assessoria de imprensa da Rede Bom Lugar)