Ampliação do aterro de Salto de Pirapora causa mau cheiro
Moradores próximos ao aterro sanitário de Salto de Pirapora reclamam do mau cheiro oriundo do local. Eles reclamam que o odor desagradável invade as casas, além do aterro atrair muitos urubus, por conta do lixo doméstico.
Questionada, a Prefeitura de Salto de Pirapora afirma que a manutenção no local é feita diariamente pelo próprio município, por meio da equipe de funcionários, que opera com um trator compactador esteira, uma retro escavadeira e um caminhão basculante. “Normalmente recebemos os caminhões de resíduos sólidos entre às 11h e 13h. Na sequência, as equipes entram em ação para espalhar e compactar os resíduos. Logo em seguida vem o caminhão soltando o solo e o trator esteira cobrindo o resíduo.
“É importante frisar que esta ação é realizada após o recebimento dos resíduos sólidos”, informa a Prefeitura. Desde 2018 o aterro sanitário recebe resíduos sólidos domiciliares e o município pretende continuar depositando resíduos sólidos no local. E, por conta disso, está ampliando o aterro em conformidade com a legislação ambiental vigente. A Prefeitura explica que está ampliando o aterro e que no momento está na fase de terraplenagem, o que provocaria o mau cheiro. “Na semana passada, entramos em uma fase delicada, onde acontece a escavação próxima aos resíduos sólidos aterrados, onde abaixo temos a manta geomembrana da parte do aterro antigo, que será soldada a nova geomembrana do aterro novo, cuja obra encontra-se em andamento. Essa ação requer a escavação do local já aterrado para localizar a extremidade da geomembrana do aterro antigo para emendar com a nova, por meio de uma solda. Com isso, é natural a liberação de gazes que eventualmente possa gerar algum incomodo às propriedades vizinhas”, informa.
A Prefeitura de Salto de Pirapora disse ainda que a ação é delicada. “O talude onde o resíduo estava aterrado teve que ser cortado para garantir que os funcionários no momento da realização da emenda da geomembrana não corram o risco de sofrer acidente de trabalho por desmoronamento”. Por esse motivo, não é recomendada e nem autorizada a entrada de pessoas nesta fase da obra, pois, pode eventualmente sofrer um acidente. A administração esclarece que o lixo é aterrado diariamente, e o local que está descoberto e gerando desconforto, é a parte que está em ampliação.
Cesteb fará vistoria
A Companhia Ambiental do Estado (Cetesb), por meio da Agência Ambiental de Sorocaba, informa que deve fazer, nos próximos dias, uma vistoria no aterro, para avaliação da operação do sistema e atualização do Índice de Qualidade de Aterro de Resíduos (IQR). “Se for o caso serão adotadas as ações de controle necessárias”, afirma a agência ambiental.
A Cetesb informa que Salto de Pirapora dispõe de aterro sanitário próprio, licenciado no órgão estadual, e que periodicamente é fiscalizado por técnicos da Agência Ambiental de Sorocaba. “Cabe ao poder público municipal a responsabilidade pela manutenção das instalações do aterro e sua operação adequada e em conformidade com os requisitos estabelecidos no licenciamento ambiental”, diz.
O IQR é o índice utilizado pela Cetesb para verificar a qualidade dos aterros de resíduos no Estado. Atualmente, o IQR do aterro sanitário de Salto de Pirapora está em 7,2 (dados de 2019), o que significa adequado. Porém, conforme a classificação da própria Cetesb, o aterro é considerado adequado quando o IQR está entre 7,1 a 10, ou seja, o de Salto de Pirapora está quase no limite mínimo da classificação considerada adequada. (Ana Cláudia Martins)