Colégio Politécnico forma 8.135 alunos em mais de duas décadas

Por Jéssica Nascimento

"Tio" Carlinhos, inspetor de alunos. Crédito da foto: Fábio Rogério (28/07/2020)

Instalada na rua Barão de Cotegipe, na Vila Leão, entidade oferece educação infantil, ensino fundamental e médio para um público de pagantes e bolsistas. Crédito da foto: Fábio Rogério (28/07/2020)

 

Um dos braços da Fundação Ubaldino do Amaral (FUA), o Colégio Politécnico soma mais de duas décadas de história e 8.135 alunos formados. Inaugurado em 12 de fevereiro de 1999, ele se consolidou como uma instituição reconhecida pela comunidade, alunos e ex-alunos. Hoje, com mais de mil estudantes matriculados, a entidade oferece educação infantil, ensino fundamental e médio para um público de pagantes e bolsistas.

A instituição nasceu para atender à vocação filantrópica e educacional da FUA e da Loja Maçônica Perseverança III. É o que conta a primeira e única diretora do Colégio Politécnico, Sidnei Silva, de 74 anos. Dona Sidnei, como é conhecida, cuidou de todo o processo de instalação da escola.

Ela conta que a metodologia do colégio vai além do conteúdo educacional e foca também na formação de cidadãos. Isso começa com a inexistência de lixeiras nas salas de aula, onde cada um é responsável pelo lixo que produz. “Essa prática tem proporcionado um ambiente limpo e saudável”. Outra preocupação da entidade é manter um contato próximo com a família dos estudantes, tanto presencialmente quanto pelo portal do aluno, onde os pais acompanham o desenvolvimento dos filhos. “Os estudantes são tratados como sujeitos individualizados no colégio. Essa aproximação gera cumplicidade tripla entre professor, família e aluno, o que favorece o desenvolvimento pedagógico”, aponta.

Primeira e única diretora, Sidnei Silva cuidou da instalação do colégio. Crédito da foto: Fábio Rogério/ Arquivo JCS (26/06/2019)

 

Assim como Sidnei, a auxiliar de direção do Colégio Politécnico, Luciane Cristina Durigan, de 46 anos, acredita que são esses diferenciais que fortalecem a entidade. “Trabalhamos em cima de valores, como dignidade, respeito, amizade, honestidade, solidariedade, amor, confiança e compreensão, não de modo esporádico e superficial, mas de forma profunda, refletindo positivamente na construção da cidadania e do próprio perfil interior do aluno”, acrescenta.

A auxiliar de direção Luciane Durigan. Crédito da foto: Fábio Rogério (28/07/2020)

Conteúdo

O colégio busca incluir atividades e projetos interdisciplinares no conteúdo pedagógico, visando despertar o prazer em aprender. “Trabalhamos a criança como um todo, preparando-a para a vida”, ressalta Luciane. Os estudantes contam com aulas de balé, judô, musicalização, arte, expressão corporal, educação física, inglês, informática, robótica e jogos digitais. E para quem gosta de esportes, o colégio disponibiliza, durante o contraturno escolar, turmas de treinamentos de vôlei, basquete e futsal.

Para reforçar o aprendizado, a escola trabalha com monitorias, onde os próprios estudantes tiram as dúvidas dos colegas. “Buscamos oferecer atividades externas, sejam concursos de redação, olimpíadas ou passeios pedagógicos, para que nossos alunos conheçam outras realidades”, ressalta Sidnei.

Toda essa interação existente no colégio, aponta a coordenadora do Ensino Médio, Mônica Regina Gomes Bueno de Miranda, de 52 anos, é voltada a preparação do aluno como protagonista da sua própria história. “Nossos alunos recebem atenção e apoio de todos os professores e colaboradores, proporcionando a sensação de acolhimento. No Politécnico, a tradição e a contemporaneidade andam juntas pela educação e formação dos estudantes”, salienta.

Ampliação

Para atender a demanda crescente de alunos, o Colégio Politécnico precisou realizar ampliações e reformas estruturais nos últimos anos. “Iniciamos o colégio com 12 salas, hoje quase que dobramos nossa capacidade”, realça Sidnei. Atualmente, o prédio da instituição conta 21 salas de aulas distribuídas em cinco andares. Segundo a diretora, só no último ano foram construídas cinco novas salas, atendendo uma reivindicação dos pais.

Tudo isso se dá graças ao esforço e dedicação de toda a equipe do colégio, formada por 63 colaboradores, sendo 41 deles professores. Para a secretária Ivonete Proença, de 59 anos, que auxiliou dona Sidnei na implantação do colégio, é gratificante acompanhar a evolução do Politécnico. “É bom ver os alunos se formando e seguindo suas carreiras. Eu não pretendo deixar a escola tão cedo”, brinca.

Assim como Ivonete, o inspetor de alunos Carlos Alberto Almeida, de 51 anos, trabalha no colégio desde a inauguração. Para ele, é um privilégio receber todo o carinho dos alunos, que mesmo depois de formados o chamam de “tio” Carlinhos. “Eles falam comigo na rua. Fico muito contente”.

"Tio" Carlinhos, inspetor de alunos. Crédito da foto: Fábio Rogério (28/07/2020)

Para o professor de informática Joelmir Mora, de 47 anos, mais conhecido como professor Joel, o Politécnico funciona como uma família. “Estou há 18 anos no colégio. Aqui é a minha segunda casa. Adoro meus alunos. Eu agradeço de coração a oportunidade de poder trabalhar na escola”, ressalta.

Joelmir Mora, professor de informática. Crédito da foto: Fábio Rogério (28/07/2020)

Ferramenta de transformação

Ao atuar há 16 anos no colégio, o professor de biologia e ciências Gerson Aparecido Gomes, de 61 anos, diz que é possível perceber a mudança dos alunos no decorrer do tempo. “Sou testemunha disso como pai e professor. Tenho muita gratidão pelo colégio, não só por trabalhar aqui, mas também por ele ter transformado a vida dos meus três filhos. Todos estudaram em universidades públicas e hoje são bem sucedidos”, comemora.

Ao relembrar todas as conquistas do colégio, Dona Sidnei sente-se realizada. Não é a toa que alunos e colaboradores guardam apreço pela diretora. “Eu lembro da maioria dos estudantes. Meu trabalho no Politécnico é uma coroação da minha jornada educacional. É uma benção poder colocar em prática tudo o que aprendi nesses 52 anos na educação”, finaliza.