Comércio e indústria avaliam restrições da fase vermelha
Hoje (5), é o último dia que o comércio não essencial funciona antes do início da fase vermelha em todo o Estado. Entidades dos setores comercial e industrial avaliam o retorno de Sorocaba e região para a fase vermelha do Plano São Paulo, a partir da meia-noite deste sábado (6).
A medida segue decisão do governo estadual, que colocou todo o Estado na fase mais restritiva, por conta da pandemia da Covid-19. O Cruzeiro do Sul também questionou a Prefeitura de Sorocaba a respeito, que informou que está elaborando o decreto municipal, cujo documento será publicado hoje (5). O retorno à fase vermelha segue até o dia 19 de março.
A Associação Comercial de Sorocaba (Acso) considera “grave a situação da pandemia” e apoia, neste momento, as restrições “mais duras” adotadas pelo governo estadual. Já o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Regional Sorocaba, informa que, a princípio, a decisão do Estado de colocar todas as 645 cidades paulistas na fase mais restritiva, onde só as atividades consideradas essenciais funcionam, não afeta o setor industrial, visto que a indústrias são consideradas como atividade essencial.
Para o presidente da Acso, Sérgio Reze, as medidas mais restritivas são inevitáveis. “Estas medidas tornam-se inevitáveis para controlar o impacto da transmissão do vírus no curto prazo, e evitarão o colapso total do sistema de saúde, além de frear a taxa de mortalidade”, afirma.
Reze acredita que “as restrições adotadas com o isolamento prolongado no ano passado, e sem medidas complementares que pudessem impedir a situação atual, debilitou fortemente a capacidade de sobrevivência das empresas, a manutenção dos empregos e a geração de renda da maior parte da população. As medidas precisam ser monitoradas conforme a situação de cada localidade, com medidas mais duras onde justificadas, mas com critérios para evitar sacrifícios além dos necessários para as empresas, os trabalhadores e a população”, destaca Reze.
A Acso enfatiza que a preocupação com a saúde deve estar em primeiro lugar. “Pedimos encarecidamente que a população se cuide e que respeite todas as normas sanitárias. Todavia, o setor do comércio e serviços também precisam ser olhados com mais critério”, aponta. A entidade informa que nesses 14 dias da fase vermelha, o comércio em geral, que não é considerado atividade essencial, pode recorrer ao comércio eletrônico, ou seja, as vendas pela internet, e serviços de entrega, delivery, e até por aplicativo de mensagens. “Por enquanto, o comércio eletrônico é a melhor saída nesses dias de fechamento. A Acso possui diversas ferramentas que podem auxiliar os empreendedores e que estão à disposição de todos”, informa.
Setor industrial
Segundo o diretor titular do Ciesp Sorocaba, Erly Domingues de Syllos, inicialmente, o setor industrial de Sorocaba e região, assim como em todo o Estado, não é diretamente afetado pela mudança para a fase mais restritiva do Plano São Paulo, a vermelha, a partir da meia-noite deste sábado. Isso porque conforme decreto do próprio Estado, as indústrias são consideradas atividades essenciais.
Na opinião do diretor do Ciesp local, a Prefeitura de Sorocaba também não deverá tomar nenhuma medida mais restritiva em relação ao funcionamento das indústrias, como ocorreu nas cidades de Araraquara e Mogi Guaçu, que recentemente chegaram a decretar o chamado “lockdown”, onde até parte das atividades consideradas essenciais não puderam funcionar.
“Pelo que tenho conversado com o prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga, a cidade não irá tomar medidas ainda mais restritivas em relação ao que foi anunciado pelo governo estadual. Então, apesar da fase vermelha, neste momento, o setor industrial não será afetado, visto que as indústrias continuam funcionando”, destaca.
Erly aponta ainda que o setor industrial tem tomado todas as medidas preventivas contra a Covid-19 e seguindo protocolos rígidos. “O próprio Ciesp elaborou um documento de 78 páginas nesse sentido e as indústrias em Sorocaba estão trabalhando seguindo todas as normas sanitárias previstas”, afirma.
O diretor do Ciesp local, contudo, chama a atenção para o tempo de duração da medida restritiva anunciada pelo Estado, que são de 14 dias, ou seja, até 19 deste mês. “A preocupação é somente no caso da fase vermelha ser prorrogada e acabar durando mais tempo do que os 14 dias previstos inicialmente. Como a medida restritiva afeta boa parte do comércio, e se as empresas não vendem, elas ficam com estoque e daí não compram, o que aí sim pode afetar a produção industrial. Então, esperamos que não seja necessário prorrogar a fase vermelha além desses 14 dias”, destaca. (Ana Cláudia Martins)