Fatec comemora seus 50 anos de fundação em Sorocaba
Há 50 anos, em 20 de maio de 1970, a Faculdade de Tecnologia do Estado de São Paulo (Fatec) abria as portas da primeira instituição de ensino superior público na cidade. Idealizada pelo então governador do estado, Dr. Roberto Costa de Abreu Sodré, ao longo dos anos, a faculdade ajudou a formar mais de 10 mil tecnólogos, marcando a história, a educação e o desenvolvimento econômico de Sorocaba.
Inspirado na Europa pós-guerra, que se recuperava dos impactos causados pela 2ª Guerra Mundial, e especialmente na Alemanha, que investia em tecnologia como forma de fomentar a economia, o governador Sodré decidiu implantar na Manchester Paulista a primeira unidade oficialmente criada pelo Centro Paula Souza (CPS). No ano seguinte, em 1971, a Fatec Sorocaba iniciou suas atividades com 66 estudantes do então curso de Oficinas, hoje chamado de Fabricação Mecânica.
Em 1973 fixou-se no seu atual campus, nos Alto da Boa Vista, num espaço de 174.000 m², incluindo 20 mil m² de Mata Atlântica, sendo 9.456 m² de área construída entre salas de aula, laboratórios, oficinas, biblioteca, administração, cantina, vestiários, manutenção e portaria.
Em 1980, o engenheiro mecânico recém-formado pela Universidade de Campinas (Unicamp), Luiz Carlos Rosa, integrou o quadro de professores que ministrou aulas do curso Oficinas. Hoje, ele responde como diretor da Fatec Sorocaba. Rosa destaca o pioneirismo da instituição, que trouxe tecnologia para a cidade que antes tinha sua economia pautada pela indústria têxtil. “Para começar, o curso já era um avanço por aqui, porque não existia nada igual. Ele veio da Alemanha para atender a demanda do município por mão de obra qualificada. Inicialmente se pedia uma escola de engenharia, mas o povo aceitou e depois viu que melhor que isso era impossível”, explica.
Na época de sua criação, o polo de ensino também fomentou a economia local, como conta o diretor. “A Fatec foi desenvolvida quando Votorantim se emancipou de Sorocaba, que sofreu com a queda de receita. Foi então que eles tiveram que criar um parque tecnológico e nós atendíamos a demanda da mão de obra qualificada. Em todo lugar que eu chego alguém me cumprimenta e diz que foi meu aluno. Os ex-alunos da Fatec estão nas prefeituras, nas empresas, onde é preciso um conhecimento técnico nós temos ex-alunos trabalhando”, conta o professor.
Rosa destaca o papel do instituidor da Fundação Ubaldino do Amaral (FUA), Laelso Rodrigues, na divulgação da Fatec Sorocaba. “É uma pessoa muito importante nessa história é o professor Laelso. Na época ele fazia parte da comissão e ajudou a Fatec Sorocaba”, lembra.
Durante os governos dos prefeitos José Crespo Gonzales (Arena) e Armando Pannunzio (Arena), Laelso Rodrigues foi presidente da Comissão de Desenvolvimento Industrial de Sorocaba, que buscava trazer novas empresas à cidade. “Quando começou o processo de industrialização de Sorocaba nós quase não tínhamos mão de obra especializada. Foi através da Faculdade de Tecnologia que nós conseguimos fazer com que a cidade não precisasse importar trabalhadores, gerando empregos para os sorocabanos”, afirma Rodrigues. “Eu fiquei por oito anos na presidência da comissão, eu buscava as indústrias e mostrava que a cidade já tinha mão de obra. Com isso, nós conseguimos diversificar os ramos de atuação por aqui. Com todo a certeza a Fatec deu o grande impulso da nossa economia”, enfatiza.
Atualmente, a escola superior tem mais de 2,7 mil alunos e oferta nove cursos tecnólogos como Análise de Desenvolvimento de Sistemas, Eletrônica Automotiva, Logística, Manufatura Avançada,
Processos Metalúrgicos, Polímetros, Fabricação Mecânica e Sistemas Biomédicos. Conforme divulgado pela instituição, todas as modalidades ofertadas seguem uma demanda da falta de profissionais da Região Metropolitana.
Sobre o futuro da instituição, diretor do polo de Sorocaba espera manter o compromisso de fomentar a busca pela ciência. “A gente pode esperar tudo aquilo que tem surgido de novidade no mundo industrial, porque nós estamos acompanhando ‘pari passu’, e inclusive na frente de grandes universidades. Estamos sempre em busca de mais tecnologia, como com o caso da pandemia do novo coronavírus, que nós fizemos uma parceria com a Toyota recuperando equipamentos. Nós aprendemos e depois repassamos o saber aos servidores da empresa. A gente tem corrido atrás da tecnologia e aplicado ela na prática”, finaliza Rosa. (Wesley Gonsalves)