Preços dos hortifrútis se mantêm apesar do frio na região de Sorocaba

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Os preços não foram reajustados, uma vez que as vendas de verduras são prejudicadas nesse época. Crédito da foto: Emídio Marques (11/7/2019)

Nas feiras livres ainda há bastante oferta de hortaliças. Crédito da foto: Emidio Marques

Apesar do frio que atinge a região desde a última semana, a produção e comercialização de hortifrutis ainda não foi afetada significativamente em Sorocaba. As técnicas de plantio em cobertura para os meses mais frios e também a queda no consumo desses itens nesse período seriam fatores que contribuem para conter o aumento nos preços e garantir a oferta dos produtos.

Os preços não foram reajustados, uma vez que as vendas de verduras são prejudicadas nesse época. Crédito da foto: Emídio Marques (11/7/2019)

O presidente do Sindicato Rural de Sorocaba, Luiz Antônio Marcello, observa que os produtores se preparam para cultivar as hortaliças em áreas cobertas. “Não tenho produtor nenhum falando em perdas”, conta. Outras culturas, como feijão, milho e tubérculos não costumam ser plantadas nessa época. “O produtor não arrisca muito”, explica. A ocorrência de geadas, no entanto, prejudicou o pasto, o que pode influenciar na produção de leite e de gado de corte.

Na feira livre da Vila Hortência, os feirantes relatam que a produção tem sido suficiente, especialmente porque a venda de hortaliças diminui no inverno. Meire de Fátima Ifanger de Lopes, de 55 anos, cultiva alfaces, mandioca e uva em uma propriedade no bairro Brigadeiro Tobias e conta que não teve a produção afetada devido à plantação coberta. “Eu tenho telas”, explica.

Segundo conta, os preços não foram reajustados, uma vez que as vendas de verduras são prejudicadas nesse época. Meire observa que os produtores de cidades mais frias como Ibiúna e Piedade costumam sentir mais os efeitos da época, lembrando da ocorrência de uma geada na região que pode afetar os preços dos produtos vindos da área nos próximos dias.

A produtora de hortaliças de Piedade, Yasmin Rodrigues, 27 anos, relata que na cidade vizinha foram mais afetados os produtores de morango.“Para mim não teve prejuízo. A geada atinge locais mais baixos e onde tenho plantação é mais alto.” Ela confirma que as vendas costumam cair nessa época. “Julho e agosto são meses fracos”, diz.

A consumidora Zuleide Moran, 66 anos, não percebeu aumento de preços ou queda na qualidade, mas avalia que o segredo está em adquirir os produtos de acordo com o clima. “Eu compro o que é da época”, explica. O aposentado João Batista da Silva, 75 anos, também não observou alterações, mas acredita que o impacto ainda chegará ao consumidor. “Por enquanto não, mas pode crer que vai ter aumento”, opina.

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No supermercado Coop, unidade da Árvore Grande, o gerente Luciano Silvério explica que os custos com esse tipo de produto subiram de 5% a 10%, mas que o estabelecimento optou por segurar o repasse de preços ao consumidor. “Por enquanto ainda não afetou tanto, se há um crescimento muito grande no valor então precisaríamos repassar”, pondera. O gerente conta que não há desabastecimento de nenhum produto, mas que o esforço tem sido maior para obter os itens em boa qualidade.

“A qualidade ainda está dentro do normal”, avalia a aposentada Carin Meirelles, 58 anos. Ela acredita, no entanto, que os preços já estejam aumentando. Já Dolores Novaes, 75 anos, ainda não percebeu mudanças, embora faça feira duas vezes na semana.

O gerente da Ceagesp, Lucas Felipe Dias César, conta que não estão faltando produtos e também aponta a queda na venda de hortaliças e frutas no inverno. Na última cotação, os legumes e verduras tiveram aumento de por volta de 20%. Ele observa, no entanto, que será preciso observar a próxima feira para apurar o impacto do clima. “O produtor sentiu um pouco, mas não foi tanto”, diz. (Priscila Fernandes)