Infectologista orienta sobre forma correta de higienizar alimentos

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A infectologista Fernanda Saad. Crédito da foto: Arquivo Pessoal

Antes de serem consumidos todos os alimentos devem ser bem higienizados, principalmente legumes, frutas e verduras. Crédito da foto: Emidio Marques / Arquivo JCS (10/8/2015)

A higienização de alimentos como frutas, verduras e legumes, usando para isso o vinagre, se tornou comum entre aqueles que querem se prevenir de doenças.Porém, conforme a médica infectologista Fernanda Saad Rodrigues, da Faculdade de Medicina da PUC em Sorocaba, o vinagre não é eficaz nem para eliminar germes e bactérias, tampouco o novo coronavírus.

Fernanda afirma que o coronavírus causa infecção pulmonar e há duas principais formas de contágio: pelo contato com objetos que possam estar contaminados ou por gotículas de saliva, eliminadas ao falar, tossir ou espirrar. “Até o dia de hoje não temos evidência de transmissão ao ingerir o vírus. Isso não significa que no contato da mão com a comida a gente não possa ter transmissão viral, então é preciso tomar alguns cuidados”, afirma.

De acordo com a infectologista, em primeiro lugar deve-se evitar ao máximo sair de casa e, quando sair, higienizar bem as mãos para não contaminar nada. “E ao chegar em casa, realizar a higienização correta dos alimentos”, diz. Para isso, deve-se pegar uma bacia e misturar uma colher de sopa de hipoclorito (água sanitária) em um litro de água. Em seguida, já é possível colocar as frutas, verduras e legumes na bacia e deixá-los imersos de 20 a 30 minutos. Depois, deve-se higienizar com água corrente. “Se for pé de alface, precisa lavar folha a folha, sempre esfregando. Já com relação aos legumes, aqueles que têm casca podem ser esfregados com escova própria para lavagem”, orienta.

Alguns podem achar estranho lavar com água sanitária, mas trata-se do mesmo produto que se vende para limpeza de hortifrútis, de várias marcas. O importante é adquirir apenas água sanitária que tenha registro na Anvisa. “Com relação aos produtos caseiros ou que são vendidos nas ruas, não dá para saber a procedência, e o que podem ter misturado. Nos grandes mercados, são registrados e têm validação pela Anvisa”, afirma.

Uma dúvida que tem surgido é sobre quanto tempo o coronavírus sobrevive nos ambientes. Nesse sentido, se fosse apenas algumas horas, como apontam alguns especialistas, seria possível deixar o alimento em um local separado, para ser consumido após esse período. No entanto, a infectologista alerta que não existe ainda esse tipo de informação específica sobre o coronavírus. “Eles sobrevivem. O ideal é sempre fazer a higiene da forma correta”, pontua.

Outras superfícies

A infectologista Fernanda Saad. Crédito da foto: Arquivo Pessoal

Com relação a alimentos que vêm em latas ou embalagem de vidro, a infectologista Fernanda Saad Rodrigues afirma que é possível higienizar esses recipientes com álcool em gel a 70%. Embalagens de papel exigem que se higienize bem as mãos antes de pegar os alimentos que estão dentro.

O vinagre, pontua a médica, não ajuda a desinfetar nem o chão. “Água e sabão já ajuda a matar, mas se quiser fazer maior desinfecção, o ideal é o hipoclorito ou álcool em 70%. O vinagre é mais indicado para tirar odores e manchas”, ressalta.

Com relação ao álcool 70%, ele não deve ser usado nos alimentos por ter um teor muito alto. “Ele pode não sair completamente com a água corrente. Então, é indicado só para higiene das mãos, chão e superfícies.” (Daniela Jacinto)