Mais de 4 mil empresas se unem e prometem não fazer demissões
Diante do desaquecimento da atividade econômica em função da pandemia do novo coronavírus, empresas privadas tem realizado iniciativas para tentar mitigar os efeitos dessa crise sem precedentes. Uma delas é o movimento “Não Demita”, que reúne mais de 4 mil empresas do país que prometem não demitir seus funcionários até pelo menos 31 de maio.
Idealizado pela Ânima Educação e por gigantes brasileiras do varejo, como Magazine Luíza e Grupo Pão de Açúcar; multinacionais de comunicação e tecnologia, como Microsoft e Vivo e bancos como Itaú Unibanco, Bradesco, Santander, entre outras, o movimento divulgou um manifesto no qual defende que manter o quadro de funcionários ajuda a evitar ou minimizar um possível colapso econômico e social.
“A primeira responsabilidade social de uma companhia é retribuir à sociedade o que ela proporciona a você -- começando pelas pessoas que dedicam suas vidas, todo dia, ao sucesso do seu negócio. É por isso que nossa maior responsabilidade, agora, é manter nosso quadro de funcionários”, afirma.
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Até final de maio
O chamamento que foi lançado no final de março convida os empresários a assumirem o compromisso de manter seus quadros de funcionários pelo menos nos próximos dois meses, isto é, até o final deste mês. O movimento não confirmou a adesão de empresas de Sorocaba à iniciativa. Na Região Metropolitana de Sorocaba, uma das empresas que aderiu ao movimento foi o Grupo Doptex, de Tietê.
De acordo com o diretor-presidente, Otávio Augusto Corradi Mazzer, a empresa assumiu o compromisso de manter seu quadro de cerca de 700 funcionários nos meses de abril e maio, trazendo mais segurança ao colaborador que depende do salário e benefícios oferecidos pela empresa. “Decidimos não demitir nenhum funcionário, pois entendemos que as pessoas são o nosso maior patrimônio”, afirma.
Mazzer reconhece que crise deixará “impacto profundo” nos resultados da empresa, mas garante que projetos de expansão serão adiados para evitar o corte de colaboradores. Segundo a gerente de recursos humanos, Vanessa Wrobleski, logo nos primeiros indícios da pandemia no País, a empresa adotou a quarentena para proteger a saúde de seus funcionários.
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Retorno às atividades
Com o retorno das atividades, após 40 dias de isolamento, a Doptex continua praticando medidas baseadas nas orientações do Ministério da Saúde e da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, como a distribuição de máscaras, cujo uso se tornou obrigatória a todos os funcionários, assim como o distanciamento seguro nas áreas comuns como refeitório e transporte fretado.
Contramão da crise
Na região, um dos poucos setores que tem conseguido contornar os efeitos da crise é o alimentício, especialmente daqueles produtos de consumo de primeira necessidade. No início deste mês, na unidade da JBS em Itapetininga preencheou 120 vagas de emprego. Segundo a empresa, a geração de novos postos de trabalho na unidade da JBS em Itapetininga decorre da modernização e ampliação recentes da capacidade produtiva da fábrica, que atende o mercado brasileiro e, também, o internacional.
As ações, segundo a empresa, estão atreladas ao plano de crescimento da companhia no Brasil, anunciado no ano passado, que prevê um investimento de R$ 8 bilhões em todas as operações da companhia. “A JBS se orgulha em poder contribuir com o desenvolvimento do município e da região e ressalta que, mesmo durante a pandemia, não tem medido esforços para manter as suas operações, uma vez que a produção de alimentos é fundamental para que não falte opções ao consumidor”, informa a empresa. (Felipe Shikama)