121ª Romaria de Aparecidinha reúne cerca de 50 mil pessoas
Cerca de 50 mil pessoas acompanharam desde a madrugada de domingo (14) a 121° edição da tradicional Romaria de Aparecidinha, que é o evento católico mais importante do calendário de Sorocaba. A estimativa de público é da organização do evento. Já a Polícia Militar não divulgou estimativa.
Toda a caminhada durou ao menos cinco horas, sendo que a imagem de Nossa Senhora chegou ao santuário novo em Aparecidinha por volta das 11h30. A 1ª missa campal começou às 5h, na praça Coronel Fernando Prestes, onde foi acompanhada por pelo menos 7 mil pessoas. Até as 11h30, segundo a Guarda Civil Municipal (GCM), ao menos seis pessoas passaram mal durante o evento e foram atendidas pelo Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU), que deu apoio em todo o percurso.
A imagem da padroeira foi levada em um andor e os fieis fizeram uma parada, na Santa Casa, onde ocorreu a bênção aos enfermos. Assim que chegaram em Aparecidinha teve início a segunda missa campal do dia no santuário novo. Pelo menos outras duas missas estão previstas ao longo do dia: uma às 12h e outra às 17h, no Santuário antigo. A caminhada novamente teve apoio da Prefeitura. Os 16 quilômetros entre o centro de Sorocaba e o bairro marcam o retorno da imagem de Nossa Senhora da Catedral Metropolitana ao seu Santuário.
Devoção e fé
Às 5h, de forma pontual, o arcebispo Metropolitano de Sorocaba, Dom Júlio Endi Akamine, acompanhado dos padres Tadeu Rocha Moraes e Carlos Alexandre da Silva, iniciaram a missa campal na Praça Coronel Fernando Prestes, em frente a catedral Metropolitana da cidade. Com a praça tomada por pelo menos sete mil pessoas, que, com o coração aquecido de fé e esperança, ignoraram os 12 graus registrados pela manhã.
No corpo, a disposição para percorrer os 16 quilômetros do trajeto até a santuário novo de Aparecidinha. Enquanto entoa de forma discreta o “te amarei, senhor”, a dona Ana Souza Rezende, de 67 anos, aproveita para agradecer, segundo ela, as dezenas de graças já alcançadas. “Sempre é momento de agradecer”, diz a devota de Nossa Senhora de Aparecida. A exemplo do que acontece há sete anos, ela está acompanhada do neto de nove anos, o pequeno Victor Kauan Thomé, que ao lado da avó, se concentra atentamente à celebração.
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Sob aplausos à Nossa Senhora e no momento em que soaram os sinos da Catedral, a multidão inicia o trajeto pela rua São Bento até Aparecidinha. Ao adentrar a avenida São Paulo, os dois sentidos da via são ocupados. Lentamente, seguindo a multidão, Mariana Araújo, de 36 anos, moradora do bairro Wanel Ville. Tomada pela emoção, explica o motivo de estar entregando um pequeno panfleto com a consagração à Nossa Senhora de Aparecida. “É uma promessa. Meu filho estava com suspeita de câncer”, conta sobre o pequeno Kevin Araújo, de quatro anos e em ótimo estado de saúde.
Às 6h31, dessa vez, o soar dos sinos vem da capela da Santa Casa de Misericórdia de Sorocaba. É o momento tradicional em que os enfermos recebem a intercessão de Nossa Senhora. Funcionários e a diretoria também recebem as bençãos. A enfermeira Elisangela Prestes recepciona a imagem de Nossa Senhora pela 13° vez. Rosália Francischetti, também enfermeira, já cultiva o momento de fé há 23 anos.
Já na estrada de Aparecidinha, na continuação da avenida 3 de Março, hora de repor as energias. Essa força vem também da família Cruz e Pereira. Pelo quinto ano seguido, a família da zona norte de Sorocaba se une para celebrar a solidariedade. Mais de 2,5 mil copos de água e dois mil saquinhos de pipocas serão distribuídos para os romeiros. Há ainda café e muita disposição da família. “Só é um gesto de amor ao próximo”, lembra Neli Cristina da Cruz, uma das responsáveis pela ação.
E se a economia não está boa para todos os brasileiros, o pintor Renato Brizola, de 39 anos, não tem do que reclamar. O percurso, inclusive, é para agradecer o bom momento. “O ano passado foi difícil e esse, para a gente, está muito bom”, comenta ao lado da esposa, Andréa Félix, de 44 anos, que iniciou sua segunda faculdade, sendo outro motivo para agradecimentos. Em silêncio e embrulhada em cobertores felpudos, no no colo do pai, a cadelinha Clara, de nove anos, mascote da família, também parece agradecer.
E se há pedras no caminho, há muito mais fé e devoção no avançar de cada passo. Por isso, dezenas de romeiros fazem o percurso a pé. As amigas Laura Isabeli, de 16 anos, e Natália Pataro, de 20 anos, ambas do Éden, vão além. Descalças, as duas ainda carregam a imagem de Nossa Senhora de Aparecida. “Tive uma gravidez de risco. Tinha receio, mas hoje meu filho está bem”, diz Natália. O ato, conforme ela, é em agradecimento.
A missa, em Aparecidinha, também teve a participação do arcebispo de Sorocaba, Dom Júlio Endi Akamine. "Há sempre um cansaço físico pela procissão, mas esse é também um momento de revitalização, de encontrar com o mistério, com Jesus Cristo, com Nossa Senhora", afirma. Ele também comentou sobre o aumento de público comparado à última edição. "Isso nos deixa felizes e contente e espero o fato, de alguma forma, ajude as paróquias e a cidade de Sorocaba", conclui. Em 1° de janeiro, a imagem de Nossa Senhora retorna à Catedral Metropolitana em nova procissão.