Nota de R$ 200 ainda não foi vista na região

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O Banco Central colocou a cédula em circulação quarta-feira. Crédito da foto: Divulgação / Banco Central

Paulo Nagae ainda não viu a nota de R$ 200. Crédito da foto: Fábio Rogério (3/9/2020)

A cédula de R$ 200 começou a circular no país na última quarta-feira (2), mas ainda se mostra rara na região de Sorocaba, tal qual o lobo-guará, espécie da fauna brasileira ameaçada em extinção, que estampa a nova nota da família do Real.

A expectativa é de que a nova cédula, que tem como cores predominantes o verde e o marrom e as mesmas dimensões da nota de R$ 20 comece a circular na região nos próximos dias. Segundo a diretora de Administração do Banco Central (BC), desde a tarde de quarta-feira (2), as notas já estão disponíveis no BC em Brasília, e em oito capitais, incluindo São Paulo, onde a instituição possui sedes regionais.

Proprietário de uma mercearia no bairro Rio Acima, em Votorantim, Paulo Nagae afirma que, até o momento, a nova nota ainda não deu as caras no seu comércio. “Estou esperando para ver se eu consigo caçar um lobo”, brinca. No entanto, o comerciante assinala que a circulação da nova nota deve prejudicar ainda mais o troco, uma dificuldade que tem sido recorrente no seu negócio. “Vai dificultar. Vez ou outra aparece uma (nota) de R$ 100 aqui e já dificulta bastante”, assinala.

Demonstrando estar atento ao noticiário econômico, Nagae diz que com a diminuição do poder de compra dos consumidores observada durante a pandemia, a tendência é que a nota se transforme no novo R$ 100. “De março para cá tem produto que aumentou cerca de 30%, como o óleo de cozinha, a muçarela e o feijão”, exemplifica.

O Banco Central colocou a cédula em circulação quarta-feira. Crédito da foto: Divulgação / Banco Central

O comerciante afirma que devido à característica de mercearia de bairro, na qual os moradores recorrem quando falta algum item da despensa, aproximadamente dois terços dos seus clientes fazem as compras com dinheiro vivo enquanto que as transações feitas em cartão de crédito e débito representam o outro um terço. Situação oposta a de um restaurante self-service na região central de Votorantim, onde a cédula de R$ 200 também ainda não chegou. “A nota que mais circula no caixa é a de R$ 50, mas 70% das contas são pagas em cartões ou diretamente no celular, com aplicativos e QR Code”, comenta o proprietário Juneor Fernando Praniski.

De acordo com o Banco Central (BC), serão produzidos neste ano 450 milhões de unidades, o que vai representar um montante de R$ 90 bilhões. Segundo a instituição, o lançamento da nova nota é uma forma de a instituição agir preventivamente para a possibilidade de aumento da demanda da população por papel moeda. Segundo o BC, entre março e julho deste ano, um dos efeitos econômicos da pandemia de Covid-19 foi o aumento de R$ 61 bilhões no entesouramento de moeda, ou seja, notas que deixaram de circular porque a população deixou o dinheiro em casa. (Felipe Shikama)