Eventos abordam o aleitamento materno
Programação de transmissões on-line é alusiva ao Dia Mundial de Proteção ao Aleitamento Materno
Quando o assunto é aleitamento materno, dúvidas e inseguranças ainda pairam sobre as cabeças de algumas mulheres que acabaram de se tornar mães. Afinal, o bombardeio publicitário de produtos e acessórios dedicados ao suporte à alimentação infantil, muitas vezes, faz com que essas pessoas se esqueçam das suas potencialidades naturais e isso afeta diretamente na autoconfiança das mulheres. Pensando na conscientização sobre a amamentação e os possíveis perigos da alimentação artificial na infância, o Comitê de Vigilância ao Aleitamento Materno de Sorocaba (CVAM) realiza eventos virtuais em razão ao Dia Mundial de Proteção ao Aleitamento Materno, celebrado no dia 21 de maio.
A transmissão ao vivo de hoje (14) explica sobre o conjunto de regulamentações sobre a promoção comercial e a rotulagem de alimentos e produtos destinados a recém-nascidos e crianças de até três anos de idade. O tema da live “O que é a Norma de Comercialização de Alimentos para Lactentes Crianças de Primeira Infância, Bicos, Chupetas, Mamadeiras e Protetores Mamilares NBCAL” busca sensibilizar o público sobre o uso de itens como leites, papinhas, chupetas e mamadeiras, para assegurar o uso apropriado desses produtos, de forma que não haja interferência na prática do aleitamento.
O evento será realizado às 16h, na página Amamenta Sorocaba (@amamentasorocaba), no Instagram. Duas membras do CVAM conduzirão o encontro virtual, a fonoaudióloga Cláudia Gondim, integrante da Rede Internacional em Defesa do Direito de Amamentar (IBFAN Brasil) -- sigla em inglês de International Baby Food Action Network -- e a enfermeira Ana Cristina Cordeiro Santiago, que faz parte da Estratégia de Saúde da Família, da Secretaria da Saúde (SES).
O webinário de sexta-feira (21) acontece em comemoração ao Dia Mundial de Proteção ao Aleitamento Materno. O objetivo é renovar o compromisso de aplicação do Código Internacional de Comercialização de Substitutos do Leite Materno, em cada país, frente às múltiplas estratégias de obter lucros das corporações de alimentos infantis e de outros produtos que substituem a prática de amamentar. Desta vez, o evento acontece, às 16h, na plataforma Google Meet e contará com a participação da nutricionista e membra da IBFAN Brasil, Regicely Aline Brandão.
Comitê
O Comitê de Vigilância ao Aleitamento Materno de Sorocaba existe em desde 2018 e, atualmente, conta com 30 membros -- cada integrante representa uma instituição ou Organização Não-Governamental (ONG). O grupo desempenha o papel de auxiliar as mães sorocabanas sobre a amamentação e como os produtos podem ajudá-las, e não agirem como substitutos do aleitamento.
Maria Jozilene do Carmo, também conhecida como Josi, participa do CVAM representando o Movimento Parto de Gente. A Josi trabalha como doula (assistente de parto) desde 2016 e defende a propagação da conscientização sobre o aleitamento materno. “Partimos do princípio de que temos que reforçar a importância do aleitamento materno às mulheres. Nossas culturas são diferentes e isso, as vezes, acaba impactando na alimentação dos bebês. São muitas interferências externas que a mulher sofre por parte da publicidade indiscriminada de produtos que concorrem com a amamentação”, diz.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o aleitamento materno até os 2 anos ou mais e exclusivo até os primeiros seis meses de vida. O leite da mãe se adapta a cada fase do desenvolvimento do bebê, alterando suas propriedades de acordo com as necessidades. No atual cenário pandêmico, o medo de amamentar e contaminar a criança com a Covid-19 pode assombrar as mães, mas, uma pesquisa divulgada em novembro de 2020, pelo jornal científico IScience, no Reino Unido, aponta que o leite materno pode conter anticorpos potentes para combater as infecções pelo novo coronavírus.
A Josi viu um caso parecido de perto e reforça os benefícios da amamentação. “Já acompanhei um casal que, quando o bebê estava com 10 meses de vida, os dois se contaminaram com a Covid-19. Já o bebê não foi afetado, pois o leite materno possui anticorpos contra o vírus, o que indica que as mães podem estar transmitindo imunidade viral a seus bebês”, enfatiza a doula. (Wilma Antunes - programa de estágio / Supervisão: Eric Mantuan)